Artigo de Jeferson Ávila sobre as eleições
Quem são os culpados?
Passado a movimentação do primeiro turno das eleições de 2006 é preciso parar para fazer uma breve análise dos acontecimentos que materializaram este pleito. Durante os mais de 60 dias de inte
Publicado 06/10/2006 20:29 | Editado 04/03/2020 17:14
Durante a caminhada, acompanhando o processo eleitoral, vivenciamos muitos depoimentos sobre a corrupção, a necessidade de renovar, de garantir mais representatividade, de mudar os políticos. Infelizmente os resultados vieram na contra mão. O que se evidenciou foi uma insignificante mudança, uma realidade pode envergonhar e acaba desmoralizando a nossa capacidade de “decidir”. Quem são os “Collors”,” Malufs”, “Mensaleiros”, “Sanguessugas”, etc? São os candidatos ou somos nós que permitimos que “estes” sejam eleitos? Será que candidatos bizarros, caricatos, descomprometidos, corruptos e sem propostas devem continuar sendo nossas apostas para mudar o Brasil?
A democracia burguesa, mãe da hipocrisia eleitoral, tem demonstrado que não está adormecida. Tem usado todas as suas artimanhas para acorrentar aqueles que lutam por um Brasil soberano, nacionalista e de mudanças. Estes burgueses, mantenedores da imprensa do ódio, usam os meios de comunicação para proliferar o preconceito, a discriminação e o ódio de classe. Usam de estratégias antidemocráticas para mudar os resultados das eleições. Seqüestram os sonhos de nosso povo e afugentam dias melhores. A grande imprensa, aliada com as oligarquias tentam a todo custo comprar a preço de banana a nossa consciência. O que o PSDB/PFL, pais das privatizações, da inflação alta, da estagnação de nossa economia, promotores da fome e da miséria dos nossos irmãos nordestinos, tem para apresentar de novo para o Brasil? Brasileiros, onde foram parar os bilhões de reais das privatizações promovidas pelo governo FHC?
Ainda há muito que se avançar na consolidação do voto consciente. É preciso combater todas as formas de compra e venda do voto, que continuam sendo determinantes em uma eleição. Finalizo este artigo, com um poema do escritor alemão Bertold Brecht, que para muitos deve ser conhecido, mas que reflete um pouco da indignação de muitos brasileiros conscientes: “O pior analfabeto é o analfabeto político, ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo da vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.
Jeferson Jonas Ávila,
é Jornalista e membro do Diretório Municipal do
Partido Comunista do Brasil de Chapecó.