PCdoB cearense divulga avaliação do processo eleitoral

Os comunistas cearenses divulgaram o documento aprovado pelo Comitê Estadual no início de dezembro avaliando as eleições e apontando os novos desafios do PCdoB no Ceará.

O Secretariado do PCdoB cearense divulgou nesta semana a avaliação das eleições feita pelo Comitê Estadual por ocasião de sua  última reunião plenária realizada nos dias 2 e 3 de dezembro.  No documento os comunistas cearenses fazem um balanço do desempenho eleitoral do partido, analisam o resultado eleitoral e apontam os desafios que brotaram do novo quadro político estadual e nacional.


 


Segundo o Presidente do PCdoB/Ce, Carlos Augusto “Patinhas”, o documento será debatido pela conjunto do partido, em especial nos comitês municipais para que a batalha eleitoral seja avaliada em cada local, tirando lições e apontado os novos desafios para o partido. “O resultado eleitoral foi muito positivo para o partidos e as forças democráticas e progressistas cearenses. O documento aprovado pela direção é fruto de um intenso debate que o partido travou desde a construção do nosso projeto eleitoral até a análise da eleição. O debate partidário com certeza irá aprofundar ainda mais a avaliação de nossa experiência”, afirmou o dirigente comunista.


 



Veja abaixo a íntegra do documento:


 


Avaliação do desempenho nas eleições de 2006 do PCdoB-Ce e perspectivas para próximos anos



Contexto político nacional e estadual


 


Para a análise da batalha eleitoral, devemos considerar as principais condições sob as quais se realizaram as eleições de 2006. Foram as seguintes
No Brasil, vivemos um período de agressiva e ininterrupta ofensiva da direita durante cerca de dois anos contra o governo Lula, tendo como centro a união do PSDB com PFL e na qual a grande mídia botou a nu todo o seu caráter conservador  e seus compromissos de classe atuantes.


 


No 1º turno, a coligação formal pela reeleição de Lula–José Alencar se deu apenas com a participação do PT, partido do candidato a presidente, do PRB, partido do vice, e do PCdoB. Recebeu o apoio do PSB, de setores do PMDB e de outros partidos.


 


No 2º turno, a polarização entre Lula e Alckmin propiciou a demarcação de campos entre os dois projetos básicos em disputa; a ampliação da aliança política em torno de Lula e um envolvimento maior na campanha dos movimentos sociais.
A resultante foi uma  significativa derrota eleitoral, política e ideológica das forças conservadoras que, ao final, sequer tiveram condições de defender seu ideário privatista neoliberal. 


 


A vitória de Lula tem um significado muito importante para o Brasil e para a América Latina, com repercussões em todo o cenário mundial. A onda progressista vivenciada na América, nos últimos anos, expressa na eleição de vários governos de lavra democrática e popular, que, mesmo de forma diferenciada, objetivam aprofundar a integração entre esses povos e nações, ampliando a democracia e assegurando a sua soberania  e o respeito mútuo, ganha reforço relevante com a reeleição de Lula.


 


No Ceará, as eleições ocorreram num quadro de profunda divisão entre as lideranças estaduais mais destacadas do PSDB, partido que há vinte anos comandava o governo do estado. A aliança alcançada em torno da chapa Lúcio – Moroni se resumiu ao PSDB/PFL/PTB, basicamente, tendo um perfil marcadamente conservador.


 


Na outra ponta da disputa, a busca de formação de ampla aliança de centro-esquerda com condições de disputar e ganhar as eleições foi exitosa, alcançando o crescente fortalecimento do nome do Cid Gomes como candidato ao governo do estado. Deve-se destacar neste sentido o apoio pioneiro do PC do B firmado desde dezembro de 2005.


 


A definição da candidatura ao Senado gerou intenso debate no seio da aliança em gestação e galvanizou atenção de amplos segmentos sociais ao longo de seis meses.  O PC do B soube conduzir o processo com habilidade ao demonstrar, a um só tempo, firmeza na defesa do nome de Inácio e, portanto, do espaço do PCdoB, e na defesa da unidade da frente como fator essencial para a vitória.


 


O fato de a decisão quanto ao Senado ter saído apenas na última hora, dia 30 de junho, levou a que o debate sobre as coligações proporcionais ficasse secundarizado e que, sem muita discussão prévia, fossem formados, dentre os partidos da frente, dois blocos para a disputa de deputados federais e estaduais, tendo o PCdoB ficado numa coligação para Deputado Federal com PV, PMN e PHS e, para Estadual, com PV e PMN.


 


Período da campanha – Julho/Outubro


 


No Ceará, concertou-se uma frente de centro-esquerda com a participação de nove partidos: PSB/PT/PCdoB/PMDB/PP/PV/PHS/PMN/PRB.


 


O PCdoB realizou um trabalho paciente de redução e eliminação de arestas decorrentes da disputa para o senado no período da pré–campanha. No decorrer da campanha, na ação concreta, consolidou-se a unidade entre os partidos, suas  lideranças e seus militantes. Essa unidade foi fundamental para que, na fase final do 1º turno, se formasse uma poderosa corrente que assegurou a eleição do senador indicado pelo PCdoB.


 


A campanha de Cid para governador teve como mote central “Um grande salto. O Ceará merece”, apresentando a idéia de um novo ciclo de desenvolvimento para o nosso estado com índice superior ao do Brasil, de forma que sejam reduzidas as desigualdades regionais e permita uma melhoria das condições de vida do nosso povo.


 


Quanto à disputa proporcional, já havia preocupações com a viabilidade de nossa coligação assegurar o quociente eleitoral, essas foram aumentadas com o fortalecimento do bloco constituído por PSB/PT/PMDB/PP, o que poderia colocar em risco a eleição de Chico Lopes. Soubemos enfrentar corretamente o problema, lançando o desafio dos 150.000 votos, o que criou um clima de apoio, de maior envolvimento de militantes e simpatizantes na principal candidatura do PCdoB a federal.


 


Outro aspecto positivo foi a busca de situar bem as candidaturas do PC do B a Deputado Estadual no bloco com PV e PMN, de que participamos.


 


Resultado Eleitoral no Ceará


 


Houve uma expressiva vitória das forças progressistas e do PC do B no estado, levando a um considerável enfraquecimento do PSDB e PFL. Esse último partido sai com sua principal liderança derrotada na disputa pela vaga do Senado, não consegue eleger sequer um deputado federal e elege apenas um estadual.


 



A vitória de Cid Gomes é expressiva, ocorrendo já no 1º turno, possibilitando a ascensão de novas forças políticas ao governo estadual e o início de uma nova etapa na história da política cearense.


 


Não menos significativo é o fato de, após 61 anos, o Ceará eleger o 2º senador comunista brasileiro, com 1.912.663 votos contra 1.680.362 do principal concorrente. Inácio foi vitorioso em 125 dos 184 municípios.


 



Chico Lopes obtém para a Câmara Federal 162.282 votos, não sendo sufragado em apenas um município no estado. Em Fortaleza e na região metropolitana, ocupa a 2ª votação entre os eleitos e, no estado, a 5ª posição.


 


João Ananias é eleito na 1ª posição na coligação PCdoB/PV/PMN com 24.703 votos, retornando à Assembléia Legislativa após dez anos e assegurando a presença dos comunistas no parlamento estadual.


 


É também expressivo o crescimento da votação de Lula Morais, agora com 19.397 votos, ficando na 1ª suplência. O PCdoB ainda alcança a 4ª , a 5ª e a 7ª suplências de deputados estaduais, respectivamente com os camaradas Neurami Amorim (Parambu), Dr. Ivamberg (Morada Nova) e Dr. Evaldo (Boa Viagem).


 



Os resultados eleitorais apontam a projeção de outras lideranças em diversas regiões do estado como: João Siebra (Camocim), Professor Aurélio (Juazeiro), Dr. Junior Fernandes (Crateús), José Simão (Quixelô), Professor Nagibe (Itapipoca), Miguel Silva (Sobral), todos com votação superior a 1.000 votos. No geral, foi muito positiva a participação de todos os candidatos a estadual (28) e a federal (3), sendo essencial para o nosso êxito. Deve ser destacada ainda a projeção da companheira Cida na região de Iguatú, ficando em 4º lugar na nossa coligação para federal.


 


Esse conjunto de elementos – da vitória de Inácio, eleição de Chico Lopes e João Ananias ao desempenho geral dos nossos outros candidatos e à ação do coletivo partidário – permite ao PCdoB ocupar, no novo espaço político emergido das eleições, uma posição de referência entre as forças democráticas e progressitas do Estado.


 


Algumas conclusões da batalha no Ceará


 


Aspectos positivos


 


Alguns principais fatores se revelam como importantes na eleição de Inácio para o senado: a defesa de bandeiras amplas de desenvolvimento do Ceará, que progressivamente esvaziou o discurso demagógico e populista de Moroni; a amplitude de nossa coligação e a postura unitária de Inácio e do PCdoB na campanha, o que levou a um maior engajamento dos partidos aliados e de suas lideranças; bem como o envolvimento de uma ampla militância democrática e progressista e o engajamento do movimento social organizado.


 


Na eleição dos candidatos proporcionais do PC do B, foi fator expressivo a soma dos votos de opinião com os advindos do aumento da nossa influência e respeitabilidade políticas através do trabalho em administrações municipais, como Santana do Acaraú, Regional I de Fortaleza, Maracanaú, Aquiraz, e Jucás. Nos três últimos municípios, também obtivemos para Chico Lopes o apoio de prefeitos que não são do nosso Partido.


 


Apesar de ainda deficiente, o trabalho desenvolvido nos últimos quatro anos de maior interiorização do nosso Partido trouxe resultados muito favoráveis. O mandato de Inácio Arruda, especialmente como coordenador de bancada cearense, iniciou um relacionamento institucional amplo com prefeitos em todo o estado. Chico Lopes, como Deputado Estadual, teve uma presença mais marcante no interior. A União da Juventude Socialista – UJS – e a Corrente Sindical Classista – CSC – também procuraram desenvolver esforços neste sentido. Por fim, uma planejada distribuição geográfica das candidaturas pelas diversas regiões possibilitou a presença do PC do B na disputa eleitoral no Ceará como um todo.


 



Deve-se destacar também, como fundamental para nossa vitória, a condução política e prática da campanha por parte do Comitê Estadual e de sua Comissão Política, das coordenações das principais candidaturas e dos Comitês Municipais, demonstrando um grau razoável de  crescente maturidade do conjunto da direção.


 



Soubemos construir um projeto eleitoral ousado, fruto de um rico e respeitoso debate interno, onde marcaram presença opiniões muitas vezes conflitantes, o que exigiu de todos muito equilíbrio, muito espírito de conjunto e de construção coletiva, muita confiança na direção e nos camaradas responsáveis pelas negociações, em especial durante os momentos críticos e de tensionamento.


 


 


De um modo geral, o coletivo partidário foi chamado e assumiu o desafio de lutar em prol dos objetivos ousados, conseguindo êxito na sua empreitada. Até mesmo em relação à disputa para o senado, num primeiro momento, a militância partidária, junto com a militância progressista, foi quem segurou os primeiros embates da campanha.


 


 


A divisão clara de áreas e de responsabilidade de funções possibilitou uma campanha sem maiores choques entre candidaturas e um maior envolvimento da militância. Neste aspecto, tivemos de resolver corretamente as contradições inerentes ao nosso projeto eleitoral, ou seja, as demandas de uma candidatura majoritária, a correta centralidade nacional em relação a eleger deputados federais e a essencialidade de manter ou ampliar os espaços no parlamento estadual.


 



Carecem, do ponto de vista da comunicação, maiores desenvolvimentos, o que será feito à parte, oportunamente. Entretanto, podemos afirmar que, nas condições objetivas, conseguimos trabalhar razoavelmente a propaganda dos diversos candidatos, garantindo a todos uma quantidade e qualidade de materiais relativamente satisfatórias.


 


O funcionamento permanente do Secretariado do Comitê Estadual, a ação dos núcleos operacionais das principais candidaturas e dos candidatos como um todo, tratando em tempo os problemas concretos surgidos na frente de batalha, tomando decisões e fazendo flexões necessárias nos momentos exatos, contribuiu em muito para o resultado alcançado.


 


Aspectos negativos


 


A batalha eleitoral revela, porém, debilidades que precisam ser enfrentadas e sanadas em um processo permanente.


 


Apesar do envolvimento maciço dos quadros e militantes comunistas, nota-se baixa ação organizada da maioria dos Comitês Municipais, alguns com problemas maiores de funcionamento regular e entrosamento entre os seus membros.
Ainda é muito pequena a ação política partidária através dos organismos de base, tanto no interior como na capital. A estruturação concreta dos efetivos partidários é diminuta. Isso nos remete a uma reflexão cuidadosa do papel e caráter do trabalho dos organismos intermediários e de base; sua efetiva ligação com a população, notadamente com as camadas mais pobres e “desorganizadas” do ponto de vista tradicional; a capilaridade do seu trabalho; a diversificação dos instrumentos de trabalho direto com as massas.


 


Se hoje podemos dizer que temos grandes lideranças políticas no Ceará, como Inácio e Chico Lopes, temos de ter a consciência, no entanto, de que o nosso Partido ainda é pequeno no estado, inexistindo na maioria dos municípios cearenses e com reduzida ação política mesmo naqueles onde estamos mais estruturados, sendo ainda pequena a sua ligação com o povo. Contamos com poucos instrumentos que possibilitem maior vínculo com as massas populares.


 



Mesmo instrumentos privilegiados, como os mandatos, ainda manifestam deficiências. Faz-se necessário, assim, uma cuidadosa reflexão no tocante a todos os nossos mandatos, especialmente os parlamentares e executivos; mas também para os sindicais e demais entidades tradicionais do movimento social, checando  qual  é mesmo a sua ligação com a população e capacidade de mobilizá-la ; a intensidade da presença viva na vida e nas lutas do povo; o nível de dinamismo e atendimento concreto das demandas populares, etc.


 


Em função desse conjunto, pode-se afirmar que, enquanto partido, é fraca a nossa identidade entre os eleitores; contamos com poucas bases eleitorais consolidadas; e é reduzida a nossa capacidade de formação e projeção de quadros eleitorais.
É fundamental a reversão desse quadro a fim de, sendo necessário, lançarmos chapa própria, garantindo uma maior e mais sólida influência político-eleitoral e a eleição de um número mais largo de candidatos comunistas.


 


Uma constatação grave que exige medidas urgentes e adequadas é de que a arrecadação de recursos financeiros, necessários para uma base material mínima de campanha, é realizada de forma atabalhoada, sem maior planejamento, no curso da própria campanha, proporcionando desgastes e prejuízos, tanto eleitorais, como políticos e pessoais. A justa compreensão da inevitável e crescente atenção aos processos eleitorais implica em compreender também que necessita ser acompanhada de uma forte postura profissional em relação aos recursos materiais indispensáveis a esse enfrentamento, pondo fim ao improviso e voluntarismo.


 


Conclusivamente,
ficou evidenciada a força da liderança de Inácio no estado. Ao longo da disputa eleitoral conseguiu-se superar uma contra-campanha, que se iniciou em 2004, de desgaste da sua imagem como defensor conseqüente dos interesses do nosso povo e do estado. Ressurge como um dos grandes vencedores do pleito no Ceará.
Chico Lopes, com sua característica de homem simples, autêntico, sempre presente na luta do povo, conquistou uma votação consagradora, projetando-se como liderança destacada e em  franco crescimento. Para este êxito, além da garra e empenho da militância, muito contribuiu a política acertada da comunicação que conseguiu transmitir aos eleitores a imagem sincera de sua personalidade.


 


João Ananias, devido a sua facilidade de comunicação com os eleitores e de integração com o coletivo comunista, alcançou em pouco tempo superar a deficiência causada pelo período em que não exerceu mandato parlamentar.


 


Ajustes


 


Esse conjunto de questões deve orientar todo o coletivo e frentes de atuação a implementar ajustes nas linhas de estruturação partidária, procurando centrar nossas atenções em: 1- reforçar os vínculos de nossos parlamentares, executivos, lideranças sindicais e populares com os movimentos sociais suas lutas e reivindicações; 2- popularizar as idéias e propostas do Partido de forma a conseguir atingir as amplas camadas populares; 3- agilizar a montagem e formação de uma sólida estrutura de quadros revolucionários; e 4- intensificar a atuação do Partido pela base com o objetivo de aprofundar e ampliar a ligação com o povo. Essas iniciativas visam a consecução de maior força política e organizativa e maior visibilidade eleitoral, em especial nos grandes centros, junto aos trabalhadores e o povo; e a potencialização da influência política e da ação nos movimentos sociais em força eleitoral concreta.


 


Perspectivas para os próximos anos


 


Conseguimos em 2006, no Ceará, a tão planejada e desejada vitória que não se deu em 2004 na disputa pela prefeitura de Fortaleza. Foram criadas, agora, as condições para um grande salto na nossa ação institucional e de massa.



Temos pela frente o desafio de projetar para as próximas disputas eleitorais a conquista de novas e importantes posições, como também, de planejar e obter avanços substanciais na frente teórica e ideológica, de vincular mais o partido aos movimentos sociais (sindical, operário, juventude, comunitário, mulheres, dentre outros) e avançar na formação e consolidação de Comitês Municipais e de núcleos de base com inserção na vida real do nosso povo. A necessidade imperiosa de formação de um P.C. revolucionário, moderno, extenso, de massas exige uma ação articulada de crescimento em todas as frentes fundamentais de atuação.  O PCdoB fez uma opção clara de participar do processo institucional e, neste curso, acumular forças.  Trilha um caminho original, buscando articular a atuação institucional-eleitoral com a luta de idéias em prol de um projeto de desenvolvimento em que haja crescente valorização do trabalho e distribuição de rendas e com a luta social nas mais diversas frentes. O segredo está em não absolutizar nenhum aspecto; ao contrário, em saber articulá-los e dosá-los na medida certa e no tempo certo. Há, neste caminho, riscos e pressões no sentido de rebaixar o papel estratégico do Partido.  Neste sentido, a construção e formação de uma ossatura de quadros experimentados, marxistas, com visão inovadora, em todos os níveis partidários, é fator essencial para dar o suporte para o nosso objetivo estratégico.


 


Na frente institucional, temos o desafio de redimensionar e planejar nossa ação, levando em conta os novos espaços políticos que se abrem, com a vitória das forças progressistas em nosso estado e no país.


 


De imediato, temos um chamado irrecusável de colaborar com a construção de um projeto de desenvolvimento do Ceará, que garanta maior distribuição de renda e qualidade de vida para o conjunto da população.   O sucesso da nova administração estadual depende da resposta que for dada a muitos problemas e carências acumulados há alguns anos. Por exemplo: Como concretizar um novo ciclo de desenvolvimento, com distribuição de renda e diminuição das desigualdades de crescimento entre a região metropolitana e diversas regiões do interior? Quais as vocações naturais de desenvolvimento de cada região e os investimentos necessários? Que relações políticas deverão ser fomentadas na nova realidade emergida das eleições? Como assegurar, na prática, canais de participação no governo dos diversos atores políticos que atuaram na campanha, bem como dos diversos movimentos sociais, assegurando sua autonomia? São questões concretas que precisamos discutir no conjunto do Partido em diálogo com a sociedade.


 


Já está colocado para nós o desafio de participação no 1º escalão do Governo Estadual e nos diversos níveis intermediários abarcando as várias regiões do estado. Devemos contribuir efetivamente para a formulação e aplicação de políticas que atendam às necessidades da população, conduzam ao êxito da nova administração e abram espaços para a atividade do PCdoB.


 


Outro desafio é garantir uma atuação articulada dos mandatos comunistas de Senador, Deputado Federal, Estadual, Prefeito, Vices e Vereadores em todo o estado, buscando em conjunto com aliados mais permanentes construir uma corrente de ação política institucional avançada. Dessa forma, almejamos constituir um núcleo com mais convicção das transformações políticas e sociais necessárias, aumentar as nossas bases eleitorais de massa e projetar novas vitórias nos próximos pleitos.


 


Estamos num momento privilegiado que nos possibilita uma ação integrada e planejada, objetivando a filiação de lideranças políticas (parlamentares e prefeitos), bem como de dirigentes sindicais, juvenis, populares e de personalidades de nossa sociedade. Precisamos projetar este esforço concentrado com o intuito de chegar na 18ª Conferência Estadual, segundo semestre de 2007, com um Partido mais extenso e robusto, com algo em torno de 120 Comitês Municipais, com a multiplicação de organismos de base ativos, com maior representatividade política e social, bem como com maior consolidação teórica e ideológica, a fim de assegurar o papel estratégico do Partido.


 


Devemos trabalhar, desde já, em conjunto com os Comitês Municipais, nosso projeto eleitoral para 2008. Que alianças deverão ser por nós construídas em cada município visando a viabilidade de candidaturas do PCdoB a prefeito, vice e vereador? Que nomes queremos projetar e que instrumentos utilizar para futuras candidaturas? Em Fortaleza e nas maiores cidades do interior (acima de 50.000 hab), como aumentar a nossa presença institucional em 2008?


 


O alargamento do nosso espaço eleitoral em 2008 e da nossa inserção no movimento real de massas nos permitirá projetar vôos mais ousados para 2.010, dando a nossa contribuição no Ceará para a construção de uma nova hegemonia política que prepare os caminhos para a edificação da almejada sociedade socialista. Resta-nos, a todos, acelerar o passo.


 


O Comitê Estadual do PCdoB-Ceará


Fortaleza, 03 de dezembro de 2.006.