Eleição do Reitor da UFC poderá ser adiada

Professores, servidores e estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) querem prolongar o período de discussões que antecede a elaboração da lista tríplice com o nome dos indicados à vaga de reitor.

Ontem, o pró-reitor de Administração Luís Carlos Uchôa Saunders, que assumiu a reitoria depois da renúncia do então reitor René Barreira e de seu vice Ícaro Moreira, no início do mês, foi para Brasília tentar esticar o prazo de 60 dias para o envio da lista, estabelecido por um Decreto Lei de 1996 que prevê a aceleração do processo de escolha em casos de dupla renúncia, do reitor e do vice.


 


Os docentes questionam a data marcada, 5 de março, porque a UFC está de férias e as aulas só serão retomadas justamente no dia 5. ''Defendemos um amplo processo democrático que fica prejudicado se o processo é colocado durante o recesso. Isso criou toda uma discussão dentro da universidade. Além do tempo ter sido encurtado, porque deveria ser em abril, cai justo no período de férias'', diz a presidente da Associação dos Docentes da UFC (Adufc), Helena Serra Azul. Os estudantes engrossam o coro. ''Não vai ter tempo hábil para construir uma proposta coletivamente'', reclama um dos diretores do Diretório Central de Estudantes (DCE), Rudiney de Souza.


 


Os servidores técnico-administrativos decidiram não participar da consulta em protesto contra o peso desigual dado às indicações de estudantes (15%), servidores (15%) e professores (70%). Mesmo assim, a categoria pede o adiamento do prazo. ''A discussão sobre o processo sucessório inclui a discussão de demandas. Isso não vai acontecer como deveria e o prejuízo é para a comunidade universitária como um todo'', diz a coordenadora geral do Sindicato dos Servidores da UFC (Sintufc), Lucineide Paiva. Para o ex-vice-reitor e até agora único candidato à vaga, Ícaro Moreira, o processo corre normalmente. ''A universidade não está em crise'', afirma.


 


O único fato que estranha é estar concorrendo sozinho. ''Em geral, o processo natural das eleições para reitor é disparado em outubro do ano anterior. Isso sempre aconteceu espontaneamente'', repara, lembrando que a candidatura única não decorre do prazo de 60 dias para a indicação final da universidade. ''As candidaturas que estão se articulando têm chance de se colocarem para o debate. Não vejo tanto prejuízo''. A sugestão de tentar negociar diretamente com o Ministério da Educação partiu do DCE. ''A administração da universidade deveria se empenhar mais para tentar prorrogar o prazo'', diz Rudiney.


 



Fonte: O POVO