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Encontro Nacional de Professores debate a questão da mulher

Por Lílian Martins*


Participantes do evento promovido pela Comissão Nacional de Formação e Propaganda debatem o emancipacionismo durante palestra da comunista Ana Rocha nesta terça-feira.

Como aula integrante do 5º Encontro Nacional de Professores do PCdoB, Ana Rocha, membro do Comitê Central e presidente do partido no Rio de Janeiro, apresentou, na noite desta terça-feira, 31, os fundamentos teóricos para o entendimento da opressão da mulher. A aula faz parte dos debates relativos à 1ª Conferência Nacional sobre a Questão da Mulher, marcada para acontecer em março, em São Paulo.




Ana acumula rica experiência adquirida por sua atuação como dirigente nacional da frente de mulheres durante dez anos e por seu constante estudo desta questão. Sua primeira e mais importante observação foi a de que é imperioso que a questão da mulher seja de responsabilidade de todo o partido. Além disso, Ana Rocha explicou que o tratamento adequado desse tema certamente conduzirá a uma maior e mais qualificada presença das mulheres nos órgãos dirigentes do PCdoB em todas as instâncias.




A exposição foi dividida em quatro blocos: a importância estratégica da luta pela emancipação da mulher; as origens da opressão – exponencial contribuição dos clássicos do marxismo-leninismo; as condições atuais dessa opressão na fase do capitalismo neoliberal e as interpretações e concepções de outras correntes do feminismo, introduzindo um destaque para o debate conceitual que os comunistas estão realizando em torno do conceito de gênero.




A mulher, destacou a palestrante, está hoje no mercado de trabalho e presente em todas as dimensões da vida social, mas ainda em condições de grande desigualdade. Segundo Ana Rocha, se as brasileiras conquistaram a igualdade na lei, ainda estão longe de conquistá-la na vida. Nos últimos 15 anos, esse quadro foi profundamente agravado pelas práticas neoliberais de redução do papel do Estado, de desregulamentação do trabalho e de feminilização da pobreza. Esse cenário tem acentuado a mudança no perfil das famílias. Hoje, 35% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres.




O auditório, composto de quadros partidários ligados ao trabalho de formação, realizou um rico e polêmico debate, antecipando o quanto as plenárias preparatória da Conferência Nacional e a própria plenária final serão densos e quanto podemos esperar de produção de luz, dinamismo e renovação do trabalho dos comunistas entre as mulheres.




* Secretaria de Formação do PCdoB/SP e Coordenadora Estadual da Conferência Nacional  sobre a Questão da Mulher