Bush vem ao Brasil em março para discutir questão energética

A assessoria de comunicação da Casa Branca informou nesta quinta-feira (8/2) que o presidente George W. Bush virá ao Brasil no dia 8 de março, com a finalidade principal de discutir questões relacionadas à energia e ao comércio entre os dois países.

Ainda de acordo com a informação divulgada pela Casa Branca, Bush ainda visitará o Uruguai, a Colômbia, a Guatemala e o México.



O anúncio da visita ao Brasil ocorre na mesma semana que em os Estados Unidos enviaram ao país dois representantes do Departamento de Estado para tratar de questões relativas a uma possível parceria no setor de biocombustíveis, em especial o etanol. Não se falou nada a respeito da diminuição das tarifas protecionistas aplicadas pelos EUA em relação ao produtos brasileiros.



Depois de ter prometido, já no seu mês de posse, em janeiro de 2001, que a América latina ''era prioridade'' de seu governo, Bush deixou o continente em segundo plano, principalmente após o ataque de 11 de Setembro e as guerras no Afeganistão e no Iraque.



Bush deve aproveitar seus dois últimos anos no governo para tentar reverter parte desse quadro. Na viagem, segundo a Casa Branca, ele deve tratar do acordo bilateral com o uruguaio Tabaré Vázquez, da guerra ao narcoterrorismo com o colombiano Álvaro Uribe, das relações bilaterais com o guatemalteco Oscar Berger e dos problemas econômicos por que passa o México com o recém-eleito Felipe Calderón.



Parceria
O Brasil e os Estados Unidos vão se unir em um projeto-piloto para produção de álcool em outros países, possivelmente começando pelo Caribe, como forma de ampliar a produção e o mercado para o biocombustível, afirmou nesta quinta-feira a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.



''Nós acertamos que iremos fazer um projeto-piloto num dos países do Caribe ou da América Central, e esse projeto será uma porta para novos outros em várias partes do mundo onde se achar que seja oportuno'', disse Dilma a jornalistas, após encontro com o subsecretário de Estado dos EUA para Assuntos Políticos, Nicholas Burns.



''O governo norte-americano reconhece o Brasil como um dos protagonistas dessa questão do biocombustível… No caso do etanol, especificamente, eles propõe que nós façamos uma parceria e atuemos em terceiros países'', acrescentou a ministra.



Um eventual projeto no Caribe poderia ampliar as vendas do biocombustível brasileiro aos EUA, na medida em que atualmente empresas produtoras de álcool no Brasil já usam a região como plataforma exportadora para o território norte-americano.



Isso acontece porque as vendas por meio de países caribenhos não são taxadas pelos EUA. Para uma empresa exportar aos norte-americanos a partir do Brasil, o produto é taxado em 0,54 dólar por galão, o que limita as vendas brasileiras. Ainda assim, os EUA são os principais compradores do álcool brasileiro.



A ministra enfatizou a importância da participação dos grupos privados nacionais no projeto no exterior em parceria com os EUA, uma vez que os brasileiros já têm vasta experiência no setor.



O Brasil é o maior produtor de álcool de cana-de-açúcar do mundo, enquanto os EUA são os maiores produtores de álcool a partir do milho. Antes de ir a Brasília, o subsecretário já havia demonstrado em São Paulo interesse no desenvolvimento de uma parceria com os brasileiros, com a intenção de reduzir a dependência norte-americana do petróleo importado, além de reduzir a influência de países produtores de petróleo.



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