UJS articula campanha “Bush persona non grata”
Por Carla Santos
A União da Juventude Socialista em articulação com o presidente municipal do PT de São Paulo, vereador Paulo Roberto Fiorilo, realizará a campanha “Bush persona non grata”. A campanha em andamento culminará na manifestação prevista
Publicado 15/02/2007 23:27
A campanha contará ainda com materiais, pichações, colagens e manifestações de rua. Além disso, o vereador Paulo Roberto Fiorilo comprometeu-se em apresentar na Câmara de Vereadores de São Paulo uma moção declarando o inimigo número um dos povos “persona non grata” na cidade de São Paulo.
Bush já é considerado “persona non grata” na cidade do Rio
Em 2003, o então vereador e atual deputado estadual, Fernando Gusmão (PC do B), aprovou na Câmara Municipal por unanimidade uma moção declarando que Bush não é bem-vindo à cidade do Rio de Janeiro.
''A moção é uma posição institucional de repúdio ao presidente dos Estados Unidos em virtude da agressão e do absurdo dos EUA no Iraque”, disse Gusmão no período.
A moção não impedia a presença de Bush na cidade, porém, com a sua aprovação o presidente dos Estados Unidos não recebeu as honrarias típicas de um chefe de Estado. A Câmara Municipal não ofereceu a Bush mais sessões solenes e outras condecorações comuns a este tipo de personalidade.
Aprovada a moção, Gusmão entregou-a ao consulado norte-americano no Rio de Janeiro e à embaixada norte-americana em Brasília, além de encaminhar uma cópia do documento ao Ministério das Relações Exteriores.
O vereador ainda declarou que a iniciativa da Câmra do Rio poderia ser um exemplo para as demais Câmaras do Estado e do país. ''Estou sugerindo que Câmaras de Vereadores de outras cidades, principalmente de capitais brasileiras, que aprovem também uma moção. Isso representaria um repúdio e uma indignação nacional com relação à guerra de Bush'', disse Gusmão em 2003.
Além da moção, o vereador aprovou a mudança de nome da Praça em frente ao Consulado Americano, no centro do Rio, de ''04 de Julho'' para “1º de Janeiro —Dia da Paz Mundial”.
CMS reúne sexta-feira (16) para preparar mobilizações anti Bush
A Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) se reunirá sexta-feira (16), à partir das 9hs, na sede nacional da CUT para dicutir mobilizações anti Bush no dia 8 de março. “Ele não é bem vindo na nossa terra e nós não deixaremos passar em branco a sua visita, já que ela é contra os nossos interesses e contra a relação que o Brasil tem com outros povos, do qual o governo Bush é inimigo”, declarou em entrevista ao Vermelho o membro da coordenação executiva da CMS Wander Geraldo da Silva, também presidente da Conam (Confederação Nacional das Associações de Moradores).
Wander lembrou ainda que “dia 8 é o dia Internacional da Mulher, então já existe um processo de mobilização da luta das mulheres pelos seus direitos, contra o machismo. A CMS apóia essa luta e sempre jogou papel importante na sua construção. Nosso objetivo é unificar essas duas mobilizações em uma só. A melhor forma de combater a violência contra a mulher é combater a violência que o imperialismo pratica sobre os povos”.
A UNE e a Ubes, que também participam da CMS, realizaram em novembro de 2005, data da primeira e última visita de Bush ao Brasil, uma jornada nacional de mobilizações. Todas as capitais realizaram atividades pelo Fora Bush no período. A maior manifestação ocorreu em São Paulo onde mais de 2 mil jovens foram às ruas na Avenida Paulista repudiar a visita do presidente dos EUA.
“A expectativa é de construírmos uma grande mobilização no dia 8 de março, a exemplo do que foram as manifestações de 2005, mas agora com a novidade de podermos somar a ela as bandeiras referentes ao dia Internacional da Mulher”, declarou Thiago Franco da União Barsileira dos Estudantes (Ubes).
Já a Associação Brasil/Cuba – Casa Gregório Bezerra, propõe que todos vistam preto nos dias da visita. Para Marlos Duarte, membro da Associação, “a cor preta pode marcar nosso protesto. Vale tudo, desde que seja preto: bandeiras, roupas, tarjas, chapéus”.
O presidente norte-americano tratará de assuntos comerciais no país nos dias 8 e 9 de março.
América Latina prepara onda de manifestações fora Bush
Além do Brasil, Bush visitará Uruguai, Colômbia, Guatemala e México. A diplomacia de Washington não faz segredo de que se trata de uma contra-ofensiva. Para o governo dos EUA perder a batalha da Alca e assitir ao sucesso do Mercosul, que agora inclui a Venezuela bolivariana, é algo inadmissível no continente.
Desde já há uma emulação entre os movimentos sociais dos cinco países visitados para ver quem promove as maiores, as mais incisivas e criativas manifestações de protesto contra o execrado visitante. Em seu editorial do dia 13 , o diário mexicano La Estrella diz que ''a comitiva presidencial pode antecipar que será recebida com todo tipo de reclamos e protestos, e talvez os mais transcendentes sejam no México''. Na Guatemala, Orlando Blanco, dirigente do Coletivo de Organizações Sociais (COS), anunciou já na sexta-feira (9) uma programação. No Uruguai, é a central sindical unificada, PIT-CNT, que toma a frente dos preparativos de uma coalizão antiimperialista.