Suplicy participa de ação de apoio a Marcelo Buzzeto
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ministrará, no dia 1º de Março, a aula inaugural do professor de sociologia Marcelo Buzetto, no Centro Universitário Fundação Santo André, preso desde 19 de Janeiro no Centro de Progressão Penitenciaria de São Miguel Paul
Publicado 28/02/2007 22:09
Buzetto, professor do Centro Universitário Fundação Santo André e da Universidade Metodista, além de membro da direção do Sindicato dos Professores do ABC e da coordenação estadual do MST, é acusado de participar de um saque de 14 toneladas de macarrão, em 1999. O acampamento Nova Canudos, em Porto Feliz, interior de São Paulo, com cerca de 800 famílias, mobilizou-se em torno de uma manifestação para denunciar as precárias condições em que viviam, sem alimento nem condições básicas de vida. A manifestação se transformou em saque de três caminhões de alimentos.
Segundo os advogados do setor de direitos humanos do MST, Buzetto chegou ao acampamento apenas depois dos incidentes, com a finalidade de acompanhar as ações do contingente de 400 policiais enviados com ordens para revistar o acampamento em busca da carga saqueada. Durante a noite, deixou o local em direção a sua residência, no grande ABC, quando foi interceptado pela policia e levado para a delegacia. Buzetto, que dava carona a alguns acampados, foi indiciado por roubo e recepção de carga, permanecendo 28 dias na prisão. Depois, foi posto em liberdade para responder o processo.
O professor foi sentenciado a seis anos e quatro meses de prisão, em regime semi-aberto, mas cumpria a pena em regime aberto, devido a falta de vagas no sistema. No dia 19 de janeiro deste ano, em audiência no Fórum, onde era obrigado a comparecer mensalmente, recebeu ordem de prisão, por conta da liberação de uma vaga no regime semi-aberto.
A defesa havia pedido revisão do processo, por acreditar na existência de irregularidades no julgamento. Para eles, o juiz de primeira instância não analisou todas as circunstâncias judiciais do crime, o que violaria os critérios para a fixação da penal. Os advogados também sustentavam que os princípios do julgamento público não foram respeitados, bem como os da fundamentação das decisões. Em outubro de 2006, porém, o Supremo Tribunal Federal (STF) recusou o pedido de revisão do processo, segundo a edição de 13 de outubro da Revista Consultor Jurídico.
Contra a criminalização dos movimentos sociais
A prisão do professor mobilizou diversas entidades e personalidades que apóiam os movimentos sociais e que se uniram para criar o Comitê de Defesa da Democracia e Liberdade aos Presos Políticos, que se reúne quinzenalmente na sede do Sindicato dos Advogados de São Paulo.
O comitê prepara uma pesquisa sobre a situação dos presos políticos no Brasil. Alem de organizar as ações de solidariedade como a criação de uma conta solidária, destinada aos familiares dos presos e o agendamento de visitas de advogados, parlamentares e religiosos.
Uma agenda de atividades é tirada quinzenalmente nestas reuniões, entre elas esta prevista a aula inaugural do senador Eduardo Suplicy na Fundação Santo André, no dia 1 de março, às 20h, e a distribuição de um boletim informando a situação do professor aos alunos da Fundação e da Universidade Metodista, de onde é professor licenciado, para conclusão de doutorado na PUC/SP.
Serviço
Comitê de defesa da democracia e liberdade aos presos políticos entre em contato com
cddemocracia@yahoogrupos.com.br
mstsp@mst.org.br
dhmst@uol.com.br
(11) 3663.1068