PCdoB 85 anos: protagonismo que o Brasil inteiro reconhece
Por Priscila Lobregatte e Márcia Xavier, de Brasília
A opinião é do governador Eduardo Campos, um dos principais nomes da esquerda no país. Herdeiro político de seu avô, o também pernambucano Miguel Arraes, Campos foi eleito pelo PSB, em out
Publicado 06/03/2007 16:11
Para Campos, o PCdoB é um partido que, “além de ser uma trincheira de lutas de uma importante corrente da opinião pública brasileira, ainda foi instrumento essencial no enfrentamento da ditadura no país”. Recordando os anos de chumbo, que obrigaram Arraes a ficar 14 anos exilado, Campos disse que “em momentos capitais – como na luta contra a ditadura militar instalada no Brasil em 1964 – os comunistas do PCdoB tiveram protagonismo que o Brasil inteiro reconhece”.
Olhando o PCdoB do século 21 e a atuação do partido no primeiro governo progressista do Brasil, Campos chamou atenção para a participação tanto da instituição quanto de seus militantes no governo Lula. “Na crise política vivida pelo Brasil em 2005, um militante do PCdoB, o companheiro Aldo Rebelo, desempenhou papel essencial ao ser eleito para a Presidência da Câmara, a liderar um grande esforço de normalização da atividade parlamentar e no restabelecimento das condições de governabilidade”.
Passado um mês da disputa pela presidência da Câmara, o governador pernambucano mostrou-se confiante na manutenção do partido na base governista. “Sem dúvida, o PCdoB continuará sendo um ponto de apoio fundamental para assegurar o caráter progressista do governo Lula”.
Ao recordar sua trajetória, Eduardo Campos salientou que o nível de relação que mantém com os comunistas vai além das fronteiras políticas. “Tenho convivido com militantes do PCdoB desde minha juventude, época em que compartilhamos muitas lutas no movimento estudantil”, contou. “Mesmo quando nos enfrentamos, na disputas políticas, sempre tivemos a clareza de que temos convergências sobre questões fundamentais e precisamos preservá-las”.
Expoente de um dos principais partidos progressistas que forma o chamado núcleo de esquerda da base governista, Campos disse que, nos tempos em que Miguel Arraes governou Pernambuco e hoje no governo federal “temos tido uma relação companheira, leal e baseada no reconhecimento de que militamos no mesmo campo, temos os mesmos compromissos com a nação brasileira e com a afirmação da luta popular por liberdade e vida com dignidade”.