CSC concorre na chapa 3 ao SINTECRS
Registrada na última sexta-feira, a chapa ''Correspondência – Muda, Sindicato!'' pretende resgatar o Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos para as lutas dos trabalhadores.
Publicado 12/03/2007 17:57 | Editado 04/03/2020 17:12
A avaliação dos trabalhadores é a de que a atual direção, composta majoritariamente pelo PSTU tem dado total ênfase à construção do CONLUTAS, enquanto esquece a categoria. Enquanto que a direção da empresa tem tido como prática o descaso para com os direitos dos trabalhadores. São comuns as perseguições políticas sistemáticas e a ''compra'' de simpatias através de pequenos favores.
Os integrantes da chapa enfatizam que é preciso organizar os trabalhadores para fazer frente aos problemas enfrentados pela categoria. Sua análise é que a EBCT tem um dos pisos mais baixos por categoria. Por exemplo, para carregar 10 quilos de cartas e percorrer até 14 Km ao dia, os carteiros ecetistas recebem um salário de R$ 470,00. Sustentam que, aliado aos baixos salários, há o alto índice de doenças profissionais, muitas vezes resultando em lesões de incapacitação permanente. Dizem ainda que a sistemática falta de material de trabalho, como uniformes, protetores solares e agasalhos, fazem da profissão um verdadeiro desafio.
Outro problema é a ameaça constante da quebra do monopólio postal, que aterroriza os trabalhadores. A EBCT é uma das instituições brasileiras com maior credibilidade, e ao mesmo tempo, das mais rentáveis. Isto faz com que os conglomerados multinacionais fiquem de olho na privatização, o que traria ainda maiores prejuízos à categoria. Um subterfúgio que tem sido utilizado para diminuir o quadro de pessoal e a massa salarial dos trabalhadores são as franquias e terceirizações.
Os membros da chapa ''Correspondência – Muda, Sindicato!'' sustentam que uma das principais lutas da categoria deve ser pela implantação do seu plano de carreira e com o papel da empresa para o desenvolvimento do país. Segundo Regina Abrahão, da coordenação da CSC, a chapa 3 tem em sua composição militantes de base, ''preocupados com os problemas de uma categoria que tem, entre seus trabalhadores um grande número de negros, jovens e mulheres, que não vêem seus problemas e demandas discutidas e encaminhadas pela atual direção do sindicato''.
Para Tatiana Barcelos Souto, a ''Tati Carteira'', da chapa 3, somente uma gestão voltada para a defesa do monopólio postal, que apóie criticamente o governo Lula, e que lute pela implantação imediata do Plano de Cargos poderá trazer a categoria de volta ao sindicato. ''Paralelo a estas lutas, porém, a questão salarial e de condições de trabalho deverão ter encaminhamentos imediatos, de forma a fazer do trabalhador da EBCT um trabalhador com auto-estima e dignidade'', afirmou.
A eleição deve ocorrer no dias 10, 11 e 12 de abril. São quatro chapas concorrendo: a chapa 1, de situação, é ligada ao PSTU; a chapa 2 é uma dissidência da direção, também ligada ao PSTU; a chapa 3 tem integrantes ligados à CSC, DS, AE, apoio da ED e independentes; a chapa 4 é vinculada à direção da empresa.
Cerca de 3 mil e quinhentos trabalhadores, os sindicalizados, estão aptos a votar. A base do sindicato é bastante ampla, quase estadual, já que no RS existem apenas dois sindicatos: o de Santa Maria e região e o de Porto Alegre, cuja abrangência envolve todo o restante do RS.
De Porto Alegre
Clomar Porto
colaboração Regina Abrahão