Artigo: O PCdoB e os intelectuais

Antonio Capistrano *


 A presença de intelectuais nos quadros do partido comunista em todo o mundo sempre foi muito grande. Escritores e artistas de renome internacional sempre militaram nas fileiras dos Partidos Comunistas. Aqui no Brasil,

 Na fundação do Partido Comunista do Brasil, no dia 25 de março de 1922, portanto, há 85 anos, vamos encontrar um grupo de operários e intelectuais como protagonistas desde fato histórico marcante da vida política do nosso país: Astrojildo Pereira; Joaquim Barbosa; Cristiano Cordeiro; Abílio de Neguete; Hermogêneo Silva; Luis Peres; Manuel e José Elias da Silva. Este grupo influenciado pela Revolução Russa de 1917, pelo crescimento do marxismo nas lutas da classe operário fundam o PC no Brasil, fato ocorrido durante o congresso comunista realizado no Rio de Janeiro nos dias 25, 26 e 27 de março de 1922.



 A década de 20 é uma década de uma fertilidade cultural e política intensa no mundo e, claro, no nosso país, só comparada com a década de sessenta. Aqui temos a Semana de Arte Moderna, a Fundação do Partido Comunista, o Movimento Tenentista, o surgimento do regionalista na literatura, a crise permanente do governo Artur Bernardes, finaliza com a Revolução de 1930.



 Nesse período, nas décadas de 30 e 40 do século passado, são filiados ou simpatizantes do PCdoB, figuras do naipe de um Jorge Amado; Graciliano Ramos; José Lins do Rego; Raquel de Queiroz; Cândido Portinari; Leôncio Basbaum; Di Cavalcanti; Heitor Ferreira Lima; Fernando Lacerda; Carlos Lacerda; Agildo Barata; Otavio Brandão; Ana Montenegro; Carlos Marighella; Monteiro Lobato; Mário Lago; Caio Prado Júnior; Eneida de Moraes, Djanira; Mário Alves; Moacir Werneck de Castro; Mário Schemberg; Carlos Scliar; Oscar Niemeyer; Alberto Passos Guimarães; Dias Gomes; Juracy Camargo; Oduvaldo Vianna, pai e filho e, tantos outros intelectuais espalhado por esse imenso país.



 Com a redemocratização e a constituinte de 1946, os comunistas vão ter um papel importante no cenário político, intelectual e cultural do nosso país, elege 16 constituintes, inclusive, um senador, Luiz Carlos Prestes. Cândido Portinari disputa o senado por São Paulo e Jorge Amado é eleito deputado federal. Nessas eleições vamos ter aqui a presença de intelectuais de outros países que vem trazer o seu apoio aos comunistas brasileiros, uma dessas figuras foi a do poeta e membro do Partido Comunista Chileno, Pablo Neruda, que foi depois eleito senador pelo Chile e escolhido Prêmio Nobel da Literatura.



 Nas décadas de 50 e 60 vamos ter uma geração que revoluciona as artes, geração essa ligada ao Partido Comunista. Havia um fervor revolucionário em todo o mundo: a turma da bossa nova, do cinema novo, da nova dramaturgia brsileira, da arte nas ruas, do CPC, da UNE, das experiências de alfabetização de adultos de Paulo Freire e da Campanha do prefeito Djalma Maranhão, De Pé No Chão Também Se Aprende A Ler. O Partido Comunista do Brasil presente em todos esses movimentos, uma bela história, uma história de luta, que precisa ser resgatada, valorizada e conhecida pela nossa juventude.


 


Antonio Capistrano, é do Partido Comunista desde 1960, ex-reitor da Universidade Estadual do RN, ex-vice-prefeito de Mossoró; Dirigente Estadual do PCdoB.