Feijó detalha denúncias contra gestão de Fernando Lemos no Banrisul
O vice-governador do RS, Paulo Feijó, voltou a afirmar nesta quinta-feira, 26 de abril, que a gestão de Fernando Lemos à frente do Banrisul é temerária. Feijó prestou esclarecimentos aos deputados da Comissão de Serviços Públicos da Assembléia Legislativa
Publicado 27/04/2007 10:41 | Editado 04/03/2020 17:12
Em sua explanação inicial, Feijó afirmou que durante sua passagem pela presidência da Federasul, em 2004, recebeu denúncias de pessoas ligadas ao Banrisul. O mesmo teria ocorrido durante a campanha pelo governo do Estado. O vice contou aos deputados que solicitou uma audiência com a governadora Yeda Crusius no dia 31 de janeiro e até agora não foi recebido para repassar o suposto dossiê com as irregularidades.
Durante toda a audiência, Feijó mostrou um documento sobre a mesa, que já teria sido encaminhado ao Ministério Público Especial e ao Tribunal de Contas do Estado. Deputados manifestaram revolta com a situação de desconforto existente entre Yeda e Feijó. Convidado a explicar melhor as irregularidades, Feijó levantou dúvidas sobre empréstimos, publicidade, abertura de novas agências, remuneração da diretoria do banco, entre outros. Em seguida, passou a dar exemplos concretos.
Feijó questionou a relação entre o Banrisul e os bancos Matone e Santos, este último em processo de liquidação. O Matone, segundo ele, teria recebido empréstimos do Banrisul em valores superiores a seu próprio patrimônio declarado.
Segundo o site VideVersus, o Banco Matone, de Porto Alegre, fechou o mês de fevereiro com um débito de R$ 109,9 milhões. A dívida estaria, na semana passada, em R$ 114 milhões. O Matone tem como vice-presidente Ricardo Russowski, ex-presidente do Banrisul.
Ambos têm algo mais em comum além de terem participado da mesma diretoria do Banrisul no governo Antonio Britto. Os dois foram condenados na Ação Penal nº 2004.71.00.039341-0 (em primeira instância), que tramita na 1ª Vara Federal Criminal. A longa e detalhada sentença foi prolatada pelo juiz Paulo Márcio Canabarro Trois Neto no dia 31 de outubro do ano passado. Ambos foram condenados a mais de quatro anos de prisão por vários crimes, entre eles os de crime contra o sistema financeiro nacional e fraude de balanço. “O Banrisul não resite a uma auditoria séria”, afirmou Feijó.
A contratação de um consultor chamado Mauro Tashibana mereceu atenção especial durante a participação do deputado petista Raul Pont. Tashibana teria sido contratado por gestões anteriores para estudar a capitalização do Banrisul. Ele continuaria, segundo Feijó, a oferecer os serviços ao banco.
Feijó garantiu aos parlamentares não ter disputa pessoal com Lemos. Disse também que apesar de não estar sendo chamado para reuniões mantém-se à disposição da governadora Yeda.
De Porto Alegre
Isabela Soares
Assessoria de Imprensa deputado Raul Carrion (PCdoB)