Estudantes voltam às ruas no Rio de Janeiro e prometem mais protestos
No dia 26, o Rio foi palco de novos protestos organizados pela Frente Ampla em Defesa do Passe Livre, movimento que conta com a adesão da UBES, UNE, Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (AMES/RJ), União Estadual dos Estudantes (UEE/RJ), O
Publicado 27/04/2007 18:30 | Editado 04/03/2020 17:06
A iniciativa também tem o apoio de vereadores, deputados, integrantes do Instituto Benjamin Constant (representando os portadores de deficiência visual) e da associação dos idosos.
Cerca de dois mil estudantes se dividiram em grupos e ocuparam quatro importantes pontos da capital fluminense. O objetivo foi descentralizar a manifestação para tentar atingir o máximo de pessoas possíveis. Os protestos se concentraram no Mercadão de Madureira; na Avenida Dias Cruz, no Méier; no Largo dos Leões, em Botafogo; e na Avenida Presidente Vargas, no Centro.
Em Madureira, o ato reuniu um numero maior de pessoas, que paravam os ônibus e explicavam aos passageiros sobre o fim do passe livre na cidade. Houve início de confronto com a polícia e o presidente da AMES/RJ, Caio César, que liderava a manifestação e chegou a ser detido, mas logo liberado.
Nos outros locais, os estudantes com narizes de palhaço, cartazes, bandeiras e apitos, tentaram parar os ônibus e fechar as avenidas. Além de repudiar a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que considerou inconstitucional o direito à gratuidade no transporte público, os estudantes também criticaram o novo cadastro que está sendo realizado no metrô.
O diretor da UBES, Osvaldo Lemos, considera o cadastro autoritário, já que, entre uma de suas medidas, o estudante precisa morar perto da escola para ter direito ao passe livre. O novo cadastro dará direito a apenas duas viagens por dia. Antes, o número de viagens era irrestrito.
''Parece que eles estão brincando com o direito dos estudantes'', disse Osvaldo, referindo-se aos empresários do transporte, autores da ação de inconstitucionalidade. ''Primeiro, eles foram diminuindo o número de viagens permitidas com o passe livre. Depois, retiraram por completo o nosso direito nos ônibus. Agora, querem restringir também no metrô. E ninguém diz nada. Ninguém faz nada. Sabemos que o lobby dos empresários é grande. Mas vamos radicalizar as manifestações se for preciso para reverter todo essa situação que afronta os estudantes brasileiros'', afirmou.
Segundo Osvaldo, a Frente Ampla vai se reunir nos próximos dias para definir novas ações na cidade. ''A decisão está no STF e por isso vamos tentar de todas as formas revertê-la. É um direito e vamos lutar por ele'', disse.