Chega ao fim a greve de coletores e garis
Após quatro dias de paralisação, chega ao fim a greve dos garis e coletores de lixo. A decisão ocorreu após uma reunião na Procuradoria Regional do Trabalho
Publicado 11/05/2007 10:13 | Editado 04/03/2020 16:37
Terminou a greve dos garis e coletores de lixo. Após quase seis horas de negociação, realizada ontem na Procuradoria Regional do Trabalho, representantes do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação (Seeaconce) e da empresa Ecofor Ambiental S/A, responsável pela limpeza da cidade, chegaram a um acordo, pondo fim ao movimento que durou quatro dias.
Conforme a presidente do Sindicato, Maria da Penha Mesquita, ficou acertado que o salário dos garis e coletores será de R$ 385 e o vale-refeição será de R$ 3,50. Os valores anteriores eram de R$ 355 e R$ 3,00. Outro acordo fechado, afirma Penha, foi o valor do Prêmio de Lucros e Resultados (PLR) que será de R$ 30 e o estabelecimento de um prazo de dois meses para fechar os critérios a serem utilizados para pagamento do benefício, que deverá subir para R$ 35 após esse período. ''Esse acordo é uma vitória dos trabalhadores, pois há mais de um mês que estávamos negociando sem obter resultados, e hoje conseguimos fechar o PLR, principal motivo da greve, sem o redutor'', disse.
Os garis terão muito trabalho para limpar a cidade. Conforme a Agência Reguladora de Fortaleza (Arfor), cerca de sete mil toneladas de lixo deixaram de ser recolhidos durante os quatro dias de greve. O presidente da Agência, Adrimar Câmara Junior, disse que a Prefeitura determinou a contratação de três empresas para também fazer a limpeza, retirada e destinação do lixo. O serviço será realizado até domingo. Câmara informou ainda que 120 veículos, entre caminhões, compactadores e caçambas serão mobilizados para a tarefa.
Ontem à noite, cerca de 660 dos 1.200 trabalhadores da Ecofor retornaram ao trabalho. Os demais já estavam na ativa desde o início da tarde de ontem, cumprindo determinação do Tribunal Regional do Trabalho expedida na última quarta-feira. Além disso, a Ecofor já havia contratado caminhões e empregados extras para efetuar a limpeza das áreas mais críticas, como Centro, avenida Beira Mar e os principais corredores da cidade. De quarta-feira até ontem já haviam sido colocados cerca de 180 caminhões nas ruas, com três pessoas cada.
Na tarde de ontem, a prefeita Luizianne Lins chegou a afirmar que, caso a greve não terminasse, a Prefeitura poderia contratar uma empresa em caráter emergencial para a realização dos serviços de limpeza da cidade a partir da segunda-feira.
A greve iniciou-se na segunda-feira, 7. O principal ponto de discórdia entre sindicato e empresa está na concessão do PLR. O Sindicato dos Empregados de Empresa de Asseio, Conservação e Limpeza Pública do Ceará defende o benefício para todos os garis e coletores (sem redutor). Já a Ecofor defende critérios para conceder o benefício. Para a empresa, teriam direito ao prêmio os trabalhadores que tenham no máximo duas faltas com apresentação de atestado médico ou que sofreram acidente de trabalho. Na terceira falta, o trabalhador perderia o direito.
Fonte: Jornal O Povo