O apagado primeiro depoimento da CPI dos Aeroportos

Apesar da ansiedade da oposição, o primeiro depoimento na CPI dos Aeroportos frustrou as expectativas de informações novas ou contundentes. O delegado da Polícia Federal (PF) Renato Sayão Dias, responsável pelo inquérito sobre o acidente com o avião da

Sayão Dias afirmou que o relatório elaborado por ele sobre o acidente com o avião da Gol no ano passado analisou três pontos: o plano de vôo, o transponder  e falhas de comunicação. Segundo ele, nos três pontos houve falhas não intencionais dos pilotos do jato Legacy que colidiu com o avião da Gol e que, por isso, eles foram indiciados por homicídio culposo.



O delegado também afirmou que, apesar de não ter investigado a fundo a atuação dos controladores de vôos, é possível identificar pelo menos quatro falhas cometidas por esses profissionais no episódio do acidente com o avião da Gol no ano passado.



Em primeiro lugar, explicou Sayão, não havia uma autorização clara do plano do vôo a ser seguido pelo jato Legacy. Além disso, não havia informação de que o Legacy deveria descer de 37 mil pés para 36 mil pés quando sobrevoasse o espaço aéreo de Brasília. O terceiro erro, segundo o delegado, ocorreu quando os controladores perderam o sinal do transponder e não tomaram nenhuma providência para corrigir a falha.



Por fim, quando houve transferência do controle da aeronave norte-americana de Brasília para Manaus foi passada uma informação errada sobre a altitude do Legacy. Os controladores de Brasília disseram o jato estava a 36 mil pés, mas a aeronave estava a 37 mil pés de altitude.



O delegado explicou que não caberá a ele investigar a atuação dos controladores de vôo, uma vez que esse assunto deverá ser investigado pela Justiça Militar. Por isso, no seu relatório não há nenhuma conclusão relativa a esses profissionais.



Factóide



Inconformado com o fraco impacto na mídia da CPI, o deputado Efraim Filho (DEM-PB) tentou chamar a atenção da imprensa comunicando que o avião da Alitalia que levou o Papa Bento 16 para Roma, no último domingo, tentou contato com a torre de Recife, mas não obteve resposta. Ele teria recebido a denúncia de um radioamador que gravou as tentativas de contato.



Por 23 minutos, o piloto da Alitalia teria tentado falar em inglês com a torre para transmitir um pronunciamento do papa. O contato só foi possível, segundo o deputado, quando um piloto da TAM que voava pelo local percebeu e avisou a torre.



De Brasília
Gustavo Souza