Delegados e agentes acatam proposta e descartam greve

Está descartada uma greve da Polícia Civil no Estado. Depois de uma longa rodada de negociação o Governo do Estado chegou a um acordo com delegados e agentes sobre a proposta de reposição das perdas salariais. O reajuste para os policiais será dividido

''Na proposta anterior, só íamos receber a última parcela em julho de 2009. Conseguimos antecipar para janeiro. Não é o que queríamos, mas de qualquer forma é uma vitória, diante da imprevisibilidade do governo e de todo o quadro que está aí configurado. Acho que foi uma avaliação madura, embora estejamos conscientes de que estamos fazendo um sacrifício em concordar com esse parcelamento, diante do que havia sido prometido'', disse a vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do RN (Sinpol-RN), Vilma Marinho.



Agentes, escrivães e delegados chegaram a fazer uma paralisação de advertência de 24 horas no último dia 4 porque o Governo do Estado voltou atrás no compromisso de reajustar os salários dos policiais em duas parcelas iguais a serem pagas ainda este ano. O impasse terminou com o acordo firmado ontem. Além de delegados, agentes e escrivães, servidores do Itep também participaram da reunião com Wilma de Faria e a cúpula do governo.



Logo no início, a governadora lembrou aos policiais que na gestão dela a categoria teve aumentos expressivos e observou que o Estado está no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal.



Policiais Civis protestam na Governadoria



Dezenas de policiais foram ao Centro Administrativo e acompanharam, do lado de fora, em frente à Governadoria, o fim da reunião. Alguns policiais militares foram deslocados para impedir o acesso dos civis à rampa da Governadoria.


O coordenador de Direitos Humanos da Secretaria de Justiça e Cidadania, Marcos Dionísio, avaliou a reunião de forma positiva.''A reunião foi muito transparente e mostrou que o governo está buscando a melhor solução, mesmo estando no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal'', falou.



No dia 4, as delegacias de Natal ficaram fechadas durante a paralisação de 24 horas dos agentes e escrivães da Polícia Civil. Os funcionários do Itep radicalizaram o movimento e deixaram, inclusive, de fazer as necropsia e de liberar os corpos de vítimas de morte violenta para sepultamento.



Os policiais protestaram contra o não cumprimento do acordo firmado em outubro de 2006 com o Governo do Estado que prevê o ajustamento na tabela de cargos e vencimentos dos policiais. O termo de acordo foi firmado depois de três greves que duraram cerca de dois meses. Pela proposta inicial, um agente ou escrivão em início de carreira que tem vencimento de R$ 1.118,00 passaria a receber, a partir de janeiro de 2007, cerca de R$ 2.500,00. A gratificação de chefia de delegacia passaria de R$ 50,00 para R$ 300,00. Os delegados teriam os salários reajustados de R$ 5.100,00 para R$ 9 mil, em valores estimados.


 


De Natal (RN), Jan Varela com informações do Tribuna do Norte