Google vira ponto obrigatório para aspirantes à Presidência dos EUA
A sede do site Google se converteu em parada obrigatória para os pré-candidatos à presidência dos Estados Unidos em 2008, por onde já passaram cinco dos aspirantes para ouvir as perguntas da empresa, que é o símbolo do sucesso jovem.
Publicado 29/07/2007 13:11
Pelos foros organizados no auditório do “Googleplex”, de Mountain View, no Vale do Silício, os candidatos tiveram que detalhar seus planos a respeito do campo da pesquisa, mas não foram poupados em falar de temas como imigração e, inclusive, créditos estudantis.
O Google assumiu um papel mais ativo no nível político depois de ter se dado conta da magnitude de sua influência, e seu presidente, Eric Schmidt, decidiu convidar os candidatos para o que chamou de “Entrevista de trabalho com o povo americano”.
As visitas são transmitidas pela filial do Google, o Youtube, em uma versão sem edição que pode ser acompanhada por milhões de eleitores.
“Há anos convidamos oradores proeminentes para a nossa sede”, explicou Adam Kovacevich, porta-voz do Google em Washington. “Estes debates simplesmente constituem um desenvolvimento da política da empresa.”
Seguindo os parâmetros que caracterizam esta empresa “sem terno e gravata”, a atmosfera dos foros é antes de mais nada informal em relação aos tradicionais debates: os funcionários chegam usando bermudas, tênis ou chinelos, e podem ficar jogando vôlei ou cartas enquanto esperam os candidatos.
Mas não é porque o ambiente é tão informal que os participantes estão isentos de questionamentos mais incômodos.
O republicano John McCain, veterano da Guerra do Vietnã, comprovou isso quando foi acossado por sua oposição à presença de homossexuais no exército (clique aqui para ver, em inglês).
O democrata John Edwards se viu em apertos ao ter que responder a uma pergunta relacionada ao comércio eletrônico com a China, enquanto que o republicano Ron Paul sofreu um constrangedor silêncio da audiência quando subestimou a questão do aquecimento global (clique aqui para ver o vídeo, em inglês).
Mas é evidente que os políticos americanos estão tentando chegar a um público que é tido como influente na opinião geral.
De fato, Hillary Clinton se referiu ao Google como “o melhor lugar para se trabalhar nos Estados Unidos”, durante uma visita realizada à sede, em fevereiro passado, e McCain a classificou como a “empresa do futuro do país”.
Desde o mês passado o Google deu passo a mais em seu envolvimento na política quando lançou blogs dedicados às opiniões das empresas em relação aos assuntos de políticas públicas.
“O Google descobriu que cada vez mais os assuntos políticos têm conseqüências sobre nossos usuários, e não tivemos outra opção a não ser participar nesses debates”, afirmou Kovacevich. “Queremos ter uma influência na política com toda a transparência possível, algo que não faz a maioria das empresas”.
Entre as idéias que o Google defende está o conceito de “net neutrality”, que não é mais que a neutralidade da rede: a empresa rejeita que os fornecedores de acesso à internet sejam autorizados a controlar o conteúdo on-line.
No final do ano passado, o Google se animou a fundar um grupo de influência especialmente dedicado a lutar por um acesso à “internet completo e gratuito”, que contou com o apoio dos candidatos presidenciais.
O Google, que emprega 12.000 pessoas no mundo, também reclama que Washington autorize a entrada no país de trabalhadores qualificados.
Fonte: France Press