Células-tronco: PUCRS faz pesquisas com a medula óssea do próprio paciente
A implantação da primeira rede de bancos públicos de sangue de cordão umbilical e placentário do país (Brasilcord) é o próximo – e urgente – desafio para vencer as limitações da realização de transplantes de órgãos e para o aprimoramento das pesquisas
Publicado 13/08/2007 10:13 | Editado 04/03/2020 17:12
A principal função será a disponibilidade de sangue para o transplante de medula óssea, mas outros órgãos serão beneficiados. Os recursos, em torno de R$ 30 milhões, deverão ser liberados até o final do ano. Dois dos bancos estão em atividade: em São Paulo, na Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein, e, no Rio de Janeiro, no Instituto Nacional de Câncer (Inca).
As principais características das células-tronco são a capacidade de se duplicar em células idênticas e a de se transformarem em diferentes células de órgãos e tecidos do organismo humano.
As células-tronco hematopoéticas são um exemplo. Encontradas na medula óssea do adulto, são responsáveis pela geração do sangue. Essas mesmas células também são achadas no sangue do cordão umbilical. O diretor do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUCRS, que funciona no Hospital São Lucas, neurologista Jaderson Costa da Costa, afirma que a aplicação de células-tronco em órgãos e tecidos afetados é uma aliada e uma alternativa antes da realização de transplantes. 'As células-tronco adultas indicam resultados positivos', salienta. As pesquisas com as técnicas crescem no país em áreas como de neurociências, biologia molecular, cirurgia experimental, ciências da memória, sinalização celular, pneumologia e pesquisa clínica cardiovascular.
O coordenador do projeto com células-tronco para o tratamento de miocardiopatia dilatada do Instituto de Cardiologia, Renato Kalil, diz que a opção pelo uso da técnica vem sempre que a terapêutica convencional não funciona. A miocardiopatia dilatada leva o músculo do coração a não se contrair adequadamente, dilatando-se. 'Se a técnica não funciona, a alternativa é transplante, uma decisão que envolve riscos.' Desde 2004, quando o projeto teve início, 15 pacientes foram tratados.
C Povo NET