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Qualidade do ensino é o maior problema da educação brasileira, diz parlamentar

Especialistas da área de educação estão reunidos num evento que teve início nesta segunda-feira (13) na Câmara dos Deputados para discutir reformas no sistema educacional brasileiro, a partir de experiências bem-sucedidas em outros países. Durante o encon

Segundo Gastão, o Congresso Nacional tem o dever de apontar soluções para que os governos possam melhorar o ensino. “O primeiro passo é reconhecer que o nosso maior problema é o da qualidade. O segundo, olhando a experiência internacional e nossas limitações, é priorizar e fazer tudo bem feito para dar certo”, diz.


 


O debate teve como tema a Educação no século 21: modelos de sucesso, que foi organizada pela Comissão de Educação e Cultura. A primeira edição foi dividida num ciclo de três seminários que vai trazer especialistas da Ásia, Europa e Américas. As outras etapas do seminário vão debater o ensino médio diversificado (em 17 de setembro) e a educação infantil (em 15 de outubro).


 


Os especialistas convidados estão relatando como o desenvolvimento econômico de seus países foi acelerado com investimentos e políticas na área da educação. Entre os palestrantes está o professor Stephen Heyneman, da Universidade Vanderbilt (EUA), que trabalhou no Banco Mundial por 22 anos e hoje atua no ensino relacionado à política internacional da educação.


 


Reformas


 


O professor Stephen Heyneman, da Universidade Vanderbilt (EUA), afirmou que as reformas educacionais envolvem riscos e que países de renda baixa e média, como o Brasil, costumam agir como “avestruzes” e evitam essas iniciativas. Heyneman ressaltou, no entanto, que o Brasil tem um potencial de reforma educacional maior do que os Estados Unidos, pois o governo federal tem maior poder sobre os recursos do setor. Ele lembrou também que as reformas precisam ter apoio da população, incluindo pais, alunos e professores.


 


O professor, que participa como palestrante do seminário internacional “Educação no século 21: modelos de sucesso”, afirmou que os países mais ricos fazem reformas mais radicais. Ele citou a Inglaterra, onde houve mudanças no currículo e no sistema de avaliação.


 


Heyneman destacou que, em razão das reformas no ensino, a Coréia do Sul alcançou a maior pontuação em um ranking de educação dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os Estados Unidos ocupam a segunda colocação no ranking, cuja pontuação é calculada a partir do exame Pisa. O Brasil tem um dos desempenhos mais baixos nesse grupo de países.


 



Legislativo


 


O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, defendeu a elaboração de um plano de prioridades para que o Legislativo possa pressionar e colaborar com a melhoria da qualidade de ensino no País. Chinaglia sugeriu que a Comissão de Educação e Cultura elabore esse plano e o divulgue ao final do evento. O presidente lembrou que já houve 11 reformas educacionais na história republicana do Brasil e ressaltou que, para mudar a educação, também é preciso mudar a cultura.


 


Metas qualitativas


 


Durante o encontro, o ministro da Educação, Fernando Haddad, lembrou que, pela primeira vez, há metas de qualidade na educação nacional, e não apenas metas quantitativas (como número de crianças em sala de aula e evasão escolar). Ao participar da abertura do seminário,  o ministro destacou que o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), apresentado em março pelo governo, conta com ações que contemplam desde o desenvolvimento infantil até o pós-doutorado.


 


Haddad disse que sempre haverá divergências sobre a forma de ver a educação, mas ressaltou que é possível a existência de uma perspectiva de médio e longo prazo para o setor, independentemente dos governos. O ministro lembrou que o PDE tem metas que vão até 2021.


 


De Brasília,
Com agências