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Motins anti-forças australianas atingem Timor Leste

“Motins rebentaram esta semana nas duas maiores cidades de Timor Leste, quando opositores do novo primeiro-ministro Xanana Gusmão se confrontaram com polícias e soldados da Anzac (Forças Armadas da Austrália e da Nova Zelândia). O CNRT de Gusmão teve apen

Ativistas da Fretilin estão indignados com o ato de Horta, insistindo que o seu partido tem o direito de formar a administração porque ganhou a parte maior dos votos e o maior número de lugares no parlamento. O líder da Fretilin e ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri disse ao Sydney Morning Herald que “as pessoas estão verdadeiramente frustradas…votaram na Fretilin, esperavam que a Fretilin governe o país e de súbito com uma espécie de interpretação da constituição, o partido que ficou em segundo lugar foi convidado”.



Os motins começaram depois de manifestantes na capital Dili e na cidade de Baucau no leste terem sido confrontados por soldados e polícias australianos e da Nova Zelândia. Recusando acatar as ordens para dispersar, os manifestantes, que cantavam “Abaixo John Howard!” e agitavam faixas a denunciar Horta como marionete australiano, construíram barricadas com pneus incendiados e atiraram pedras a polícias e soldados.



Tropas australianas abriram fogo depois de jovens terem quebrado os vidros dos seus veículos perto do campo de refugiados pró-Fretilin de Comoro nos subúrbios de Dili. O campo tem sido um centro de protestos anti-ocupação desde que as tropas australianas mataram a tiro dois dos seus residentes em 22 de fevereiro. A embaixada australiana foi alvo de atiradores de pedras e em Baucau um edifício associado com a ONU foi incendiado. Os manifestantes atacaram veículos das forças armadas de Nova Zelândia em ambas as cidades.



Não é surpreendente que os manifestantes tenham escolhido expressar a sua ira ao ilegítimo governo de Gusmão atacando forças e propriedades da Anzac. Há mais de um ano a administração John Howard tem interferido descaradamente nos assuntos timorenses a favor dos aliados próximos, Gusmão e Horta.



Na primeira metade de 2006 o governo de Howard desencadeou uma campanha para desestabilizar o governo dominado pela Fretilin de Alkatiri, ao dividir as forças militares e policiais, ao financiar manifestações anti-seculares pela poderosa Igreja Católica do país, e ao espalhar difamações anti-muçulmanas e anti-comunistas contra Alkatiri. O resultado foi uma onda de violência que foi usada para pressionar a Fretilin a concordar no destacamento de tropas e polícias da Anzac.



Howard usou a força ocupante para assegurar a renúncia de Alkatiri, e para fazer de Horta primeiro-ministro temporário e pô-lo no seu lugar. Em resposta, Horta louvou abundantemente a política estrangeira australiana e americana e tomou uma atitude muito mais conciliatória para planos para expandir a exploração australiana dos campos de petróleo no Timor Gap. Mas a estabilidade política e social provou difícil de restaurar, e em fevereiro e março últimos motins atingiram Dili em resposta ao assassinato de civis Timorenses por tropas da Anzac que foram enviadas contra inimigos de Horta.



Durante as eleições presidenciais e legislativas deste ano, tropas da Anzac foram usadas muitas vezes para intimidar a Fretilin, opositora de Horta e de Gusmão. Quando John Howard visitou Dili no fim de Julho para dar apoio ao governo de Gusmão, manifestantes foram ao seu encontro exigindo o fim da presença da Anzac no país. O novo levantamento em Dili e Baucau apenas comprova a oposição alargada à ocupação.


 


Fonte: Blog Mercosul e CPLP