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Renúncia seria desrespeito ao Brasil e ao Senado, diz Renan

Não existe a menor hipótese do presidente do Senado, Renan Calheiros, renunciar ao cargo ou pedir licença da Presidência. Foi o que garantiu o próprio senador, em rápida entrevista coletiva nesta terça-feira (11): “Qualquer coisa que diga a respeito à lic

Renan lembrou que tem lutado, há 120 dias, “com sofrimento, com dor, com exposição da minha família, para provar a minha verdade, para provar a minha inocência”. Por isso mesmo, observou o presidente, a renúncia estaria completamente fora de seus planos. “Não tem sentido, absolutamente nenhum sentido, que agora se faça isso. Seria um desrespeito ao Brasil e ao Senado brasileiro”, salientou.


 


Partidos liberam bancadas


 


Hoje, o PMDB, partido do presidente do Senado, liberou os peemedebistas para votarem de acordo com suas “consciências” na sessão de amanhã. Lideranças do PMDB especulam que entre três e sete senadores da bancada –mais suscetíveis à pressão da mídia ou mais alinhados com a oposição– votem pela cassação de Renan. A bancada é composta por 19 parlamentares e a maioria dos líderes peemedebistas é favorável à absolvição do senador.


 


O PT também decidiu liberar a bancada do partido no Senado para votar como quiser na sessão que vai definir o futuro político do presidente da Casa. A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), disse que os parlamentares vão votar de acordo com as suas “consciências” sem qualquer tipo de orientação do partido contra ou a favor de Renan.


 


Apesar de não haver a orientação explícita, a maioria dos petistas deve votar pela absolvição de Renan, pois entende que a cassação do senador tornou-se uma bandeira e uma estratégia da mídia e da oposição para tentar atingir indiretamente o governo Lula. Alguns petistas, porém, como o senador Eduardo Suplicy, paracem não ver disputa política na questão e deve votar contra Renan apenas por uma questão de “sintonia” com o que a mídia chama de “opinião pública”.


 


O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), afirmou nesta terça-feira que os 12 senadores do partido votarão favoravelmente à cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O único senador tucano liberado para votar como quiser é João Tenório (AL) –que mantém laços de amizade com o peemedebista. Segundo Tasso, é fundamental para a instituição e para a democracia que Renan perca o mandato.


 


“O PSDB não prejulgou, não recuou e não ameaçou. Não é uma decisão fácil nem sorridente. Tivemos que optar entre o senador Renan Calheiros e a instituição Senado”, afirmou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). 


 


Lula: respeito à decisão


 


Ainda nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, em Estocolmo, Suécia, que o Brasil tem de respeitar a decisão que será tomada pelo plenário do Senado Federal, sobre as acusações contra o senador Renan Calheiros.


 


O presidente disse não ver sentido em especular a condição de Renan permanecer na Presidência do Senado se for absolvido em plenário e destacou, “Eu não posso acreditar numa moeda de uma única face. Quer dizer que se absolver o Renan vai ter problema e se condenar não tem problema?”. Para o governo, argumentou, “é melhor que a decisão da instituição seja respeitada”.


 


Lula mostrou, novamente, não estar preocupado com a votação e frisou, “Estou dizendo é que o momento do Senado termina amanhã. E na hora que terminar, o Senado terá uma pauta para votar e vamos continuar trabalhando. Eu não vejo nenhum problema. Eu não faço disso nenhum trauma”. “Se amanhã a decisão for definitiva, qualquer que seja a decisão, temos de respeitá-la como uma decisão soberana de uma instituição brasileira chamada Senado Federal”.


 


“Tem uma acusação, tem uma defesa e vai chegar num momento em que alguém vai decidir. Quem é que vai decidir? O plenário do Senado. Decidiu, o veredicto tem de ser acatado, qualquer que ele seja”, defendeu Lula. Os comentários do Presidente foram feitos durante a cerimônia de assinatura de memorando de entendimento com o governo da Suécia, sobre cooperação na área de biocombustíveis e bioenergia, segundo informam agências de notícias.


 


Da redação,
com agências