PSDB e DEM lançam obstrução, parcial, e grupo, sem manifesto
PSDB e DEM anunciaram nesta quinta-feira (13) que ''integrantes de seis partidos da oposição e da base aliada (PSDB, DEM, PMDB, PSB, Psol e PDT) decidiram impedir a votação de projetos que não sejam de interesse público enquanto o senador Renan Calheiros
Publicado 13/09/2007 20:23
A reunião foi no gabinete do presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). ''Estamos falando de princípios. Não aceitaremos qualquer tipo de barganha'', adiantou o tucano. Disse também que o auto-intitulado ''Grupo de Aliados da Ética'' só sentará para conversar ''em caráter oficial'', não participando da reunião do colégio de líderes do Senado. E que trabalhará pelo fim das sessões secretas (previstas no regimento) e das votações secretas no Senado (o que exigirá mudança da Constituição).
Dificuldades para unir o discurso
No entanto, nada foi resolvido sobre a tramitação de maior interesse do governo Lula, a prorrogação da CPMF até 2011, que está para ser votada na Câmara e em seguida segue para o Senado. Sem acordo sobre o polêmico imposto do cheque, gorou também a idéia de assinar um manifesto que desse pompa e circunstância ao grupo, como chegou a ser cogitado.
Os quatro senadores de outras siglas que aderiram à reunião tucano-demista foram Cristovam Buarque (PDT-DF), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), José Nery (Psol-PA) e Patrícia Saboya (PSB-CE). A novidade foi a presença da senadora cearense.
Renato Casagrande, também do PSB (ES), que auxiliou a causa anti-Renan como um dos relatores do pedido de cassação derrotado por 40 votos a 35, no dia seguinte mostrou-se comedido. ''O Senado não pode ter uma paralisação total, já a pontual eles tem direito. Mas eu, como sou da base aliada, tenho que trabalhar para votar e retomar a credibilidade'', afirmou.
Em contrapartida, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), parceira de Casagrande na Relatoria, afirmou que ''é hora de revidar'' à derrota da véspera. Ela disse à imprensa que ''acordou radical'' e não quer nenhum tipo de acordo.
Cristãos-novos do voto secreto
A votação secreta é o principal álibi oposicionista para explicar o resultado desfavorável em plenário na quarta-feira. ''Temos que aproveitar este momento de comoção em que o Senado está sangrando para acabar com o voto secreto, que foi criado para proteger os senadores da pressão dos acusados, mas hoje só serve para proteger os senadores da opinião pública'', disse Cesar Borges (DEM-BA).
No entanto, Cesar Borges e o restante da oposição foram os responsáveis pela derrota do projeto que acabava com o voto secreto, votado em 13 de março de 2003. Veja o quadro abaixo: dos 15 senadores do então PFL que votaram na ocasião, 12 somaram forças contra a proposta, apenas dois foram a favor e um se absteve.
No PSDB a rejeição ao voto secreto foi ainda mais unânime naquela ocasião. Dos dez senadores tucanos que votaram, nove foram contra e apenas um se absteve: este foi Romero Jucá (RR), hoje no PMDB e líder do governo no Senado.
Graças a essa barragem, a proposta de emenda constitucional do voto aberto, de autoria do senador Tião Viana (PT-AC), foi derrotada por 37 votos a 29. ''Nenhum senador do PSDB votou a favor do voto aberto, fato que revela a incoerência e oportunismo que movem a oposição ao governo Lula'', comentou o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), que trouxe o episódio ao debate atual. ''Além de incoerentes e oportunistas, os tucanos mostram-se demagogos'', criticou.
Da redação, com agências e http://www.senado.gov.br
Clique aqui para ver a transcrição da votação de 2003 no Diário do Senado