Polícia atua com violência contra estudantes no ABC

Estudantes da Fundação santo André foram alvos de uma ação truculenta da Polícia Militar de São Paulo, para desocupar a reitoria da faculdade, alvo de protrestos contra o aumento abusivo de mensalidades escolares. 

A invasão da reitoria da faculdade ocorreu por volta das 19h30 de quinta. Quatro horas depois, cerca de 50 policiais da Força Tática (espécie de tropa especial) chegaram ao local para retirar os manifestantes, que protestavam contra o aumento das mensalidades -a instituição nega que tenha definido reajuste. A polícia foi chamada pela direção da faculdade.


 



Os estudantes se negaram a sair do local e, segundo eles, foram atingidos por bombas e tiros de borracha enquanto se espremiam em um corredor que dava acesso à reitoria. Vários alunos disseram que a ação da PM foi truculenta. “Eles nem conversaram. Só entraram e bateram na gente. A polícia foi opressora e arbitrária”, disse a estudante de Ciências Sociais Suellen Rodrigues, 24, que foi levada à delegacia.


 



Por conta da ação, o comando da PM afastou o oficial que liderou os policiais: o tenente-coronel Jairo Bonifácio.


 



Vários alunos ficaram feridos no confronto -alguns fugiram da polícia, pulando para casas que ficam ao lado da faculdade.


 


 
Oito pessoas foram detidas e levadas para uma delegacia da cidade, onde acabaram acusadas de esbulho possessório (invasão, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, de terreno ou edifício alheio, segundo o Código Penal), dano e resistência à prisão.


 



Dos detidos, sete eram alunos da faculdade. O outro foi o advogado Lourival Scarebello, 45, que tentava ajudar nas negociações entre alunos e PMs. Todos foram liberados.


 



Esta é a quarta ação truculenta do governo José Serra contra o movimento estudantil. A primeira ação foi realizada na Unesp de Araraquara, durante as ocupações contra os projetos que propunham o fim da autonomia universitária; o segundo foi uma ação da polícia durante manifestações gerais na avenida Paulista contra a emenda 3 e as manifestações em defesa da autonomia; a terceira foi a desocupação violenta da PM no largo São Francisco, em agosto último, durante a jornada nacional de lutas da UNE. A quarta ação da PM, sob o comando do governador Serra foi a mais brutal contra os estudantes.


 


A PM vai investigar se alguns dos policiais da ação prestam serviços à fundação.


 


Da redação do Vermelho-SP