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Até oposição admite arquivar segundo processo anti-Renan

O demista Demóstenes Torres (GO), membro do Conselho de Ética do Senado, admite que a segunda representação contra o presidente da Casa, Renan Calheiros, é “de difícil comprovação” e deve ser arquivada. O Conselho de Ética se reúne netsa quarta-feira (19)

“Eu acho que essa é uma representação de difícil comprovação. Não devemos ficar perdendo tempo com ela, que ficaria para análise da Câmara [por envolver um irmão de Renan, Olavo Calheiros, do PMDB-AL). Temos que concentrar nossa munição nas outras duas representações que são mais consistentes”, disse  Demóstenes Torres  nesta terça-feira (17).



 “Tudo na reportagem é verdade, mas…”



O senador do DEM de Goiás, que na semana passada comparou o Senado a “um pau de galinheiro”, reconhece que será difícil impedir o arquivamento, argumentando que é difícil reunir provas para sustentá-la. Mesmo assim, Demóstenes insiste que a representação tem “seriedade” e garante que são verdadeiras as acusações da revista Veja, que servem de base ao processo.  “Tudo o que está na reportagem é verdade, mas eu tentei e nenhuma das autoridades que passaram a informação quis falar”, alega ele, referindo-se aos diretores da Receita Federal e do INSS.



Já o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), ouvirá nesta terça-feira a sua bancada sobre a segunda representação. Apesar de terem ensaiado na semana passada a formação de um bloco anti-Renan, até com adesões de outros partidos (falou-se em seis siglas), DEM e PSDB têm tido dificuldades para coordenar suas atividades no caso.



Quintanilha e João Pedro querem arquivar



Quintanilha, correligionário e aliado de Renan, também acredita no arquivamento. “Nós não reunimos o conselho ainda, mas já ouvi de membros opiniões diversas sobre essa representação número dois, que revelam a impertinência dela”, declarou. Ele defendeu também que a votação do relatório seja secreta, embora admitindo que “cabe recurso”. No caso do primeiro processo contra Renan, há duas semanas, o Conselho decidiu por maioria que usaria o voto aberto.



O relator do segundo processo, João Pedro, deve sugerir o arquivamento das denúncias. “Eu tenho que ter a minha opinião. Se eu for trabalhar com outras, acabo me anulando. Se vai contrariar interesses de A ou B, paciência. A representação é em cima de uma matéria jornalística, temos que analisá-la. Não podemos cometer nenhuma injustiça”, disse o relator.



O segundo processo contra Renan foi iniciado a partir de uma representação do PSOL, tendo como única peça de acusação a matéria da Veja. Conforme a revista, o presidente do Senado teria praticado tráfico de influência em favor da indústria de cerveja Schincariol  junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).



Da redação, com agências