Governo retirará três MPs para apressar votação da CPMF
O governo vai retirar três das quatro medidas provisórias (MPs) que trancam a pauta da Câmara dos Deputados, para facilitar a votação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). “Já está tudo combinado com o Walfrido [dos Mares
Publicado 18/09/2007 16:51
Para Fontana, a revogação de MPs “não é o ideal” mas que já foi feita outras vezes. “Essa não é uma prerrogativa deste governo”, disse, em referência ao governo Fernando Henrique Cardoso, que inaugurou a prática. “Queremos reduzir a carga tributária, mas ninguém pode retirar R$ 40 bilhões [arrecadação anula da CPMF] de uma hora para outra. Há aqui uma guerra. Não vamos permitir a desestabilização da política econômica do país”, afirmou.
Fontana critica “jogo da oposição”
O vice-líder do governo afirmou que o governo “não pode entrar no jogo da oposição que quer dificultar a votação”. A oposição, em reunião hoje de manhã, disse que vai continuar a obstrução das medidas provisórias para que a CPMF perca a validade em 31 de dezembro deste ano. Já o governo se empenha em prorrogar o chamado imposto do cheque até 2011.
O líder em exercício do DEM, Ronaldo Caiado (GO), disse que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal caso as medidas provisórias realmente sejam revogadas. “Estamos assistindo ao Executivo agindo diretamente no Legislativo, num assunto interna corporis [interno]”, disse. “Não podemos deixar que o Executivo decida a nossa pauta. Temos prioridades como a reforma política e o voto aberto. Por que a prioridade da área econômica do governo vira prioridade aqui?”, questionou.
Voto amanhã, só sem MPs, prevê Chinaglia
Por conta da falta de acordo, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), transferiu para à tarde a reunião de líderes incialmente marcada para hoje de manhã. “Imagino que, agora, os líderes estejam fazendo reuniões [com seus partidos]. É um processo”, afirmou. Chinaglia ainda disse que, para a CPMF entrar na pauta amanhã, é preciso realmente a revogação das MPs. “Se o governo quiser, através da sua base aqui na Câmara, votar a CPMF em plenário em primeiro turno nesta semana, na minha opinião, não conseguirá fazê-lo sem a revogação de algumas MPs”, comentou.
Segundo Chinaglia, a discussão sobre a redução da alíquota da CPMF, que hoje é de 0,38%, está nas mãos do governo. “Se tivesse possibilidade de redução, seria razoável, mas isso depende do governo”, disse. Ele acrescentou que essa discussão “nesse momento, pode ser que esteja empacada” na Câmara.
Conforme o acordo com o Planalto, as MPs serão revogadas e futuramente apresentadas em forma de projeto de lei com urgência constitucional. Não há confirmação sobre quais são as três propostas. As que tramitam na Câmara são: MP 378, que permite desconto da base de cálculo para o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb); MP 379, que prorroga até 31 de dezembro o prazo para renovação dos registros de armas; MP 380, que prevê importação de mercadorias do Paraguai por via terrestre, com alíquota de 42,25%; e a MP 381 abre crédito extraordinário em favor de diversos órgãos do governo, no valor de mais de R$ 6,3 bilhões.
Da redação, com agências