Seminário discute comunicação do PCdoB/BA
Durante três dias a comunicação ficou no centro de um debate que superou o âmbito partidário. O Seminário Estadual de Comunicação, realizado pelo PCdoB baiano, levou até a Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) representantes de
Publicado 25/09/2007 20:49 | Editado 04/03/2020 16:21
Os presentes, além de assistir a painéis temáticos, puderam emitir e debater suas opiniões sobre assuntos como a TV pública, a cobertura da mídia nas eleições 2006, o papel da internet, a política de comunicação do partido e as novas propostas para o portal Vermelho. A iniciativa reforça uma das bandeiras do PCdoB, a busca por uma consciência social avançada das amplas camadas da população e a defesa do acesso à informação num contexto comunicacional brasileiro, marcado pela presença de grandes conglomerados atuando em bloco.
Contribuições para a política de comunicação do PCdoB
Os presentes debateram também os principais pontos da política estadual de comunicação do PCdoB. A diversidade e amplitude da participação no seminário com representantes de vários municípios baianos contribuíram para que o PCdoB pudesse ouvir e atender a demandas que refletem o tamanho do estado da Bahia. Um dos principais diferenciais desse debate foi também a participação de pessoas que não são diretamente ligadas ao partido, principalmente jornalistas, profissionais e estudantes de comunicação. Eles puderam manifestar as suas expectativas e contribuir com a política de comunicação do PCdoB
O partido da mídia
Principalmente durante o primeiro dia do seminário, a postura de setores da grande mídia brasileira foi criticada pelos presentes no debate. Também foram discutidas formas oposição ao monopólio da comunicação, como a criação e o fortalecimento de uma mídia contra hegemônica, que atue de maneira independente e represente os reais anseios do povo. Dentro dessa linha, foram destacadas as iniciativas de blogs, rádios comunitárias e jornais ligados a movimentos estudantis, sociais e sindicais. No entanto, a luta pela democratização da mídia é a bandeira maior levantada pelos que lutam pela consolidação da democracia no Brasil.
A presença do pesquisador da Universidade de Brasília Venício de Lima, que na ocasião também lançou o seu livro “A mídia nas eleições 2006”, também reforçou a idéia de que tenha se formado um “partido da mídia”. Lima, que se dedicou à análise da cobertura dos meios de comunicação do pleito de 2006, afirmou que o resultado da eleição pode ser considerado uma vitória do povo sobre a mídia, já que está se posicionou nitidamente contrária à reeleição de Lula.
De olho nas concessões
O pesquisador também lembrou que a luta pela democratização da mídia não pode deixar de passar por questões como a fiscalização das regras que regulamentam o setor e o caráter público que têm esses serviços. E, para ele, a sociedade civil exerce um papel importante no monitoramento desses processos. “Está havendo, mais do que em qualquer outra época que eu me lembre, uma crescente consciência sobre o fato de que as concessões de radiodifusão são concessões de serviços públicos e que precisam ser reguladas como tal”, destacou Lima.
Rede de comunicadores
A Rede de Comunicadores, uma ação conjunta, em âmbito estadual, com a participação dos secretários municipais e assessores de comunicação de várias áreas foi estruturada durante o seminário. A Rede de Comunicadores pretende fortalecer a atuação do partido e dos seus filiados no âmbito da comunicação ampliando o alcance do que é divulgado pelo partido e de suas posições. Julieta Palmeira, secretária estadual de Comunicação do PCdoB, informou como o partido pretende que a rede funcione e quais são os resultados esperados.
Depois da apresentação, foi a vez dos assessores presentes manifestarem suas idéias e opiniões sobre o projeto, contribuindo na formação de um plano de ação para rede. Nesse ponto a internet será uma ferramenta fundamental, tanto para o funcionamento interno da rede, quanto na sua atuação junto aos meios de comunicação. O projeto visa estabelecer um caminho de mão-dupla, onde os componentes possam, além de enviar matérias que “alimentem” o Vermelho em âmbito estadual e nacional, receber informações que contribuam para os seus próprios veículos de comunicação.
Nova fase do portal
Por ser o vértice da política de comunicação apresentada pelo PCdoB, o Vermelho foi tema recorrente durante o seminário. O portal teve o seu funcionamento apresentado e foi amplamente debatido pelos presentes. Bernardo Jofilly, editor do portal, Cláudio Gonzalez, além de Toni C. ambos integrantes da equipe estiveram presentes no evento e puderam ouvir elogios, críticas e sugestões de visitantes freqüentes do portal. As dicas para o jornalismo on line visando aperfeiçoar a eleboração das matérias vindas dos estados e o projeto de uma TV e uma rádio para o Vermelho também foram apresentados e discutidos. Com a inclusão desses novos suportes comunicativos, o portal entra em uma nova fase e passa a aproveitar com mais intensidade as possibilidades que a internet proporciona.
TV e Rádio Vermelho
A Bahia pretende se integrar a esse esforço de diversificar a mídia do portal Vermelho com a implementação de sucursais locais da rádio e TV Vermelho e a montagem da infra-estrutura necessária já se encontra em andamento. Essas ferramentas irão aumentar a diversidade e a qualidade dos produtos comunicativos do PCdoB baiano, além de intensificar a interação com outros veículos.
A rádio e TV Vermelho irão veicular, além de reportagens, vídeos-documentários sobre temas de interesse não só do partido, mas de toda a população. Para isso pretende conta com a contribuição de pessoas de todo o estado.
Jornal A Classe Operária
No último dia do evento foram discutidas as propostas atuais para o histórico jornal A Classe Operária. Os debates giram em torno da idéia de um jornal voltado para quem não tem internet envolvendo a iniciativa de quem tem internet. O jornal seria disponibilizado on line através de franquia e impresso em cada local. Um exemplar, com periodicidade semanal, conteria oito páginas: seis nacionais, uma estadual e uma local. Por enquanto, a proposta está em fase de experimentação em alguns municípios.
De Salvador
Rodrigo Rangel Jr.