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Boca de urna no Equador dá 60% ao partido de Correa

Um risonho presidente Rafael Correa anunciou neste domingo (30) a ''inquestionável'' vitória ''da cidadania'' nas eleições para a Assembléia Constituinte no Equador. ''É impossível ocultar minha alegria'', confessou. Os primeiros resultados indicam qu

''Aceitamos este triunfo com suma humildade e total responsabilidade.

Sabemos que não podemos falhar e jamais o faremos'', disse Correa. ''Foi

uma eleição democrática, eficiente e transparente. As projeções são

claras: a vitória da cidadania é inquestionável'', afirmou ainda o

presidente, em entrevista coletiva na sede da presidência. E reafirmou

que o Equador reclama ''mudanças profundas''.


''Espada de Bolívar caminha pela América Latina''

Ele desmentiu que tenha ''projetos totalitários, ou, pior ainda,

projetos estrangeiros'', conforme o discurso da oposição de direita,

quer o acusa de planejar uma ''ditadura chavista''. Disse ''a uma certa

imprensa, aos poderes econômicos, à parrtidocracia, que chega de

satanizar, chega de imobilizar o país pelo medo, chega de querer nos

roubar até a esperança''.

A Constituinte é o pilar estratégico do projeto da Aliança País, que

prega um ''socialismo do século 21'' – palavra-de-ordem compartilhada com

o processo revolucionário venezuelano de Hugo Chávez.

O primeiro discurso após a eleição teve também forte  sentido

integracionista. ''Sinto a espada de Bolívar caminhar pela América

Latina. Avancemos rumo à pátria de todos, até a vitória, sempre'', foram

as suas palavras finais.


País terá 14 ou 15 dos 24 deputados nacionais

Os resultados oficiais da apuração só serão anunciados pelo Tribunal

Supremo Eleitoral daqui a 20 ou 30 dias. Mas uma pesquisa de boca de

urna confirmou os prognósticos de um triunfo absoluto de País. A

agremiação de Correa tende a ficar com 14 ou 15 dos 24 deputados

constituintes eleitos nacionalmente (com os votos de todas as

províncias).

A pesquisa, do instituto SP-Estudios e Investigaciones, indicou que a

Aliança País terá em torno de 60% dos votos nacionalmente. Nax

provínciax de Guayas e Pichincha, as mais populosas do país, a

tendência é a País ficar respectivamente com 8 (em 18) e 10 (em 14)

constituintes. Mas o instituto não forneceu dados totalizados sobre os

100 deputados eleitos por província e os seis votados pelos

equatorianos emigrados.

A segunda força da Constituinte, embora bem distanciada da bancada

governista, deve ser a Sociedade Patriótica, do ex presidente Lucio

Gutiérrez, destituído em abril de 2005 por uma rebelião popular, três

anos depois de se eleger com promessas antineoliberais.


Direita tradicional é a grande derrotada

Os grandes derrotados deste domingo foram os partidos da direita

tradicional equatoriana. Em primeiro lugar o Prian (Partido Renovador

Institucional Ação Nacional), do bilionário bananeiro Álvaro Nóboa, que

disputou com Correa a eleição do ano passado; e igualmente o PSC

(Partido Social-Cristão). Essas forças vinham controlando a vida

política do Equador desde o fim da ditadura, 28 anos atrás. O país

andino de 14 milhões de habitantes, que exporta petróleo, bananas e

flores, já passou por 19 Constituições em seus 177 anos de vida.

Uma das provas de fogo da Constituinte será a tentativa de dissolver o

atual Congresso unicameral de 100 deputados, onde a Aliança País não

possui um só voto – ela se recusou a lançar candidatos ao parlamento,

acusando-o de estar irremediavelmente corrompido pela ''partidocracia''.

O presidente do Congresso, Jorge Cevallos, reconheceu que esta pregação

pró-dissolução ''dá votos'', mas caso se concretise trará ''um prejuizo

inédito a democracia'' (sic).

Da redação, com agências