Ceará é destaque em pesquisas científicas

A pesquisa científica tem crescido cada vez mais no Ceará. Uma prova disso é o salto que a UFC deu conforme a avaliação mais recente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)

Ao tomar um remédio, todo paciente espera que o efeito aconteça. Mas, o que muita gente não sabe é que, caso a forma cristalina do medicamento, isto é, a maneira como as moléculas estão ordenadas na droga, esteja diferente daquela na qual o medicamento foi desenvolvido, a droga pode acabar não tendo nenhuma ação no corpo, mesmo estando na composição correta. Ou seja, apesar de a composição ser a mesma, se as moléculas que deveriam estar em forma de círculo (por exemplo), estiverem em forma de pentágono, o remédio pode não funcionar como o esperado. Esse estudo, conhecido como polimorfismo de drogas, é uma das pesquisas de ponta do curso de pós-graduação em Física da Universidade Federal do Ceará (UFC).


 


 


Muita gente nem imagina, mas a pesquisa científica tem crescido cada vez mais no Estado. Uma prova disso é o salto que a UFC deu conforme a avaliação mais recente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A universidade cearense teve o segundo maior aumento significativo no Brasil em quantidade de trabalhos publicados. Em 10 anos, o crescimento da UFC foi de 410%, perdendo apenas para a Universidade Federal de Viçosa (UFV), que fica em Minas Gerais e obteve um salto de 640%. Para o professor Gil Aquino Farias, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UFC, esse número mostra como o Ceará está sendo bem visto em todo o Brasil.


 


 


“Isso é conseqüência da procura como um todo da Universidade por um novo patamar, que é na área de produção científica. Um benefício que também repercute na maioria dos cursos de graduação. Assim, a qualificação dos estudantes tende a ser bem melhor”. O professor explica que existe uma vontade coletiva da universidade para que haja esse destaque, por isso os resultados estão sendo tão bons. Só na UFC são 46 cursos de mestrado acadêmico, oito cursos de mestrado profissional e 25 cursos de doutorado. Neles, estão 1.900 estudantes de mestrado e 730 de doutorado. São 550 dissertações e 124 teses defendidas por ano.


 



No entanto, as bolsas de estudo fornecidas pela Capes são distribuídas de acordo com o conceito de cada curso de pós-graduação, cuja escala varia de 1 a 7. “Os conceitos a partir de 5 já são considerados muito bons”, ressalta o pró-reitor. Conforme o último levantamento da Capes, no Brasil são 219 programas de mestrado e doutorado, ou 9,7% do total, considerados do mesmo nível dos grandes centros internacionais. Dois deles estão no Ceará: os cursos de mestrado e doutorado em Física e de mestrado e doutorado em Farmacologia, ambos da UFC, têm conceito 6, considerado excelente.


 


 


Com nota 5, são sete programas de pós-graduação. Outros 32 programas obtiveram nota 4, enquanto 27 ficaram com nota 3. Apesar de serem apenas dois com conceito 6, os estudos desenvolvidos no Ceará são feitos em várias áreas e têm mais relação direta com a sociedade do que muita gente imagina. Além do polimorfismo de drogas, os trabalhos de pesquisa analisam o desenvolvimento de medicamentos genéricos, o desenvolvimento de celulares de última geração, o bombeamento de água com o uso da energia solar e o desenvolvimento de um robô submarino para pesquisas sobre lagosta. Não acredita? Pois isto é realidade no Ceará.


 


 


Fonte: O Povo