Para Meirelles, Brasil está preparado para recessão nos EUA
Se ocorrer uma recessão nos EUA, o Brasil está bem preparado para o choque externo, segundo o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Em Washington, Meirelles citou nesta segunda-feira (22) os chamados “dividendos da estabilidade”, ou seja, o pro
Publicado 22/10/2007 15:47
A importância disso, argumenta Meirelles, é que agora o País pode prever o que pode acontecer à frente. “Saímos do patamar de discutir crises. Agora, discutimos investimentos em educação e em infra-estrutura”, disse. A estabilização tem influência direta nos aspectos econômicos, como a expansão de crédito, exemplifica Meirelles.
No processo de estabilização, Meirelles observa que o juro cai de forma regular, assim como é possível ver queda constante de volatilidade. De acordo com o presidente do BC, o crescimento constante habilitou o Brasil a importar mais, a modernizar a economia. Ao mesmo tempo, a exportação ajuda no superávit comercial. “Estabilizamos a inflação e o balanço de pagamentos, duas fontes de volatilidade do passado. Também estabilizamos a relação dívida/PIB, que compõe o terceiro ponto do dividendo da estabilidade”, afirmou.
Meirelles cita a evolução das reservas internacionais, que fornece uma âncora para o País e resistência às vulnerabilidades externas. “As reservas também são componente muito importante na queda do risco Brasil”, afirmou. “Maiores reservas significam mais confiança no Brasil, menor risco percebido e menor custo de captação para o setor privado.” “O País agora é previsível”, concluiu.
“Estamos crescendo ancorados em economia estável. Não há desequilíbrio (na base) do crescimento que possa gerar volatilidade à frente”, afirmou. “O fato é que o Brasil é resiliente e muito mais forte. Se a recessão nos EUA vier, estamos mais bem preparados”. Entre os desafios do País à frente, Meirelles cita infra-estrutura como uma área crítica, educação e marco regulatório. Mas, para ele, isso indica que o País pode discutir o longo prazo e não precisa mais ficar preocupado em gerenciar crises.
Fonte: Agência Estado