Aldo condena ''investigação'' sobre cubanos deportados
O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) solicitará ao presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que vete a autorização de viagem a Cuba solicitada por um grupo de deputados da Comissão de Relações Exteriores, com objetivo de verificar a
Publicado 23/10/2007 16:43
No dia 5 de setembro, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara aprovou requerimento para que alguns deputados visitassem em Cuba os boxeadores deportados. “Esse requerimento é quase uma provocação”, avaliou Aldo, titular da comissão.
Para Rebelo, o pedido para investigar a deportação dos boxeadores em Cuba é inconstitucional. ''O Congresso brasileiro não tem a atribuição de fiscalizar outros países. Imagine, por exemplo, se o Congresso da Argentina aprovasse um requerimento para verificar a condição de brasileiros no Brasil? Certamente, o governo brasileiro não aceitaria a interferência.''
O ex-presidente da Câmara alertou ainda que a viagem a Cuba poderia tornar-se motivo de constrangimento ao Congresso brasileiro. ''Essa é uma situação que diz respeito aos assuntos internos de Cuba. A interferência atinge a soberania daquele país'', afirmou.
Segundo Rebelo, os autores do requerimento devem priorizar, por exemplo, investigações sobre a situação dos brasileiros em outros países. “Por que não investigar os brasileiros presos nos Estados Unidos, ou os brasileiros no Paraguai ou na Bolívia? Por que não houve a preocupação com o acompanhamento do inquérito sobre a morte do brasileiro Jean Charles em Londres?”, disse.
Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara fugiram da delegação de Cuba que disputou os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Os atletas foram detidos pela Polícia Federal na Região dos Lagos, no interior do Rio, interrogados duas vezes e embarcados para Cuba. À época, o ministro da Justiça, Tarso Genro, declarou que eles optaram por voltar ao país natal por vontade própria, versão corroborada pela Polícia Federal.
De Brasília
Fernanda Melazo