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Protesto denunciará mídia que associa política à corrupção

Já está tudo pronto para a grande manifestação da UNE e da Ubes com os movimentos sociais brasileiros, pelas mudanças de rumo do país, nesta quinta (25). A concentração será às 9h30, na Candelária e de lá o protesto sairá em marcha pela Avenida Rio B

O lema é “Mudar a política para mudar o Brasil” e o protesto reunirá milhares de estudantes na capital carioca. A iniciativa da UNE e da Ubes em defesa da reforma política, da democratização dos meios de comunicação e por mais investimentos na educação continua repercutindo, gerando grande expectativa para a mobilização de quinta.


 


Reforma política


 


A presidente da UNE, Lúcia Stumpf, concedeu entrevista ao jornal Tribuna da Imprensa, publicada nesta segunda (22), falando sobre os pontos principais da manifestação e sobre a posição da UNE em relação aos mais recentes acontecimentos políticos no Brasil:


 


“A UNE, com seus 70 anos de história e a responsabilidade que tem na construção de um Brasil mais democrático, mais soberano, aponta que a solução para a corrupção não é resolver caso a caso. O nosso papel na história do Brasil sempre foi apontar as saídas mais difíceis, porém as mais conseqüentes”, afirmou.


 


Lúcia defendeu a necessidade de uma reforma política ampla, com mais participação popular nos processos de decisão do país e com mecanismos para impedir os recorrentes casos de corrupção envolvendo o poder público. Ela falou na importância do financiamento público nas campanhas eleitorais, a fidelidade partidária e a eleição por listas fechadas, garantindo maior responsabilidade dos candidatos com o projeto político que os elegeu.


 


Campanha continuará


 


Outro importante veículo de comunicação que conversou com a presidente da UNE foi a Agência Brasil. Em matéria publicada no último domingo (21), Lúcia adiantou à Agência que os protestos da campanha não se encerram com a mobilização de quinta-feira no Rio de Janeiro. As manifestações se estenderão para os estados a partir de novembro e, segundo Lúcia, continuarão pelos próximos dois anos ou até que todas as pautas sejam conquistadas.


 


“A gente acha que a política está sendo desacreditada junto à juventude, porque hoje o que a gente vê retratado nos jornais todos os dias é política como sinônimo de corrupção. E não é isso. Para nós, o Brasil precisa e tem condições de ter um sistema representativo forte, com uma política que sirva ao desenvolvimento do país e à redução das desigualdades sociais. Então, a gente acha que a transformação radical da política vai acontecer”, afirmou.


 


Mudar o rumo dos ventos


 


Embalado pelo trecho do samba de Paulinho da Viola, “a todo instante rola um movimento, que muda o rumo dos ventos”, a campanha tem como eixos condutores do seu manifesto três pontos principais: 1) mais investimentos na educação; 2) democratização dos meios de comunicação; 3) construção de uma reforma política, ampla e democrática, que combata a corrupção e faça mais presente o uso dos instrumentos de promoção da democracia, como plebiscitos, consultas populares, audiências públicas, conselhos e conferências.


 


O manifesto também não poupa os vícios entranhados no dia-a-dia da política brasileira. O texto declara a firme posição dos jovens ao lado dos que exigem apuração imediata de todos os casos de corrupção e a punição dos culpados. As entidades defendem que a saída para a crise virá pela pressão da sociedade civil organizada sobre os poderes instituídos, em todos os níveis, para que se imponha uma nova ordem institucional, transformadora.


 


O símbolo adotado pela campanha é o cata-vento, instrumento que na visão dos estudantes aponta o rumo das mudanças: a construção de um verdadeiro projeto de desenvolvimento nacional, com mais distribuição de renda, justiça social e reformas de grande vulto, abrangendo os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de setores como a mídia e a Educação.