Contag realiza sua 2º Plenária Nacional em Goiás

“Será uma plenária muito rica, sem dúvida, com debates essenciais. Vamos juntos elaborar maneiras de consolidar a prática das resoluções de nosso 9º Congresso e nos posicionar diante da conjuntura prevista para o próximo período”, avalia Carmem Helena Foro, da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag e titular da Secretaria Nacional sobre a Mulher Trabalhadora da CUT.

A solenidade de abertura da plenária está marcada para 16 horas. Representando a CUT, o diretor executivo e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopes Feijoó, fará o pronunciamento de abertura. Durante a cerimônia, será lançada oficialmente a parceria entre a Contag e a OIT (Organização Internacional do Trabalho), intitulada “Uma Colheita para o Futuro”. O objetivo é apoiar ações contra o trabalho infantil no campo.

Programação

Amanhã (24), durante todo o dia, os participantes se dividirão em 11 grupos temáticos para discutirem os pontos mais relevantes do documento-base. Antes do início dos trabalhos em grupo, a economista Tânia Barcelar fará uma análise de conjuntura, com participação do pelnário. Na quinta (25) e sexta-feira (26), os trabalhadores se reúnem na plenária para votação.

Para preparar a Plenária Nacional, federações e sindicatos de trabalhadores rurais de todo o país estiveram mobilizados, desde julho, nos encontros estaduais. Neles foram debatidos o documento base que descreve a atuação de cada secretaria da Contag, nos últimos dois anos. Homens, mulheres, jovens e representantes da terceira idade deram sugestões para melhorar a atuação da confederação.

Na última quarta-feira (17), a comissão organizadora da plenária nacional se reuniu na sede da Contag, em Brasília, para os últimos preparativos do evento. Na ocasião, o secretário geral da entidade, David Wylkerson, disse que o empenho de todos para participar da reunião mostrou que as expectativas são boas. ''Mais de 20 federações estiveram representadas nessa reunião, convocada emergencialmente, e isso demonstra um empenho das federações em participar da plenária nacional e garantir um debate político saudável''.

Parceria com a OIT

O limite entre o que é trabalho infantil e aprendizado na agricultura familiar é uma das preocupações da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Definir essa concepção e conscientizar agricultores familiares e assalariados rurais sobre formas de proteção as crianças e adolescentes é uma das principais metas da parceria firmada entre a Contag e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O convênio assinado entre as entidades será lançado nesta terça-feira, 23/10, às 16h, na abertura da II Plenária Nacional da Contag. A assembléia vai reunir, até sexta-feira, 26/10, 700 representantes das 27 federações ligadas à Confederação no auditório da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), em Luziânia (GO).

Abrangência

Com o slogan “uma colheita para o futuro”, a campanha vai envolver todas as Federações de Trabalhadores na Agricultura (Fetags) e algumas entidades parceiras. Cerca de 5 mil crianças e adolescentes devem ser atendidos. Entre as ações está o acompanhamento das crianças atendidas pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI).

O projeto vai ainda articular com programas do governo federal voltados para educação, lazer, saúde e assistência social. “Não é olhar apenas o trabalho em si, num sentido mais amplo, queremos promover a proteção da criança envolvendo fatores importantes para seu desenvolvimento”, explica a secretária de Políticas Sociais da Contag, Alessandra Lunas.

A realização da parceira com a OIT é um passo concreto que damos para cumprir essa determinação”, avalia Alessandra. Capacitar educadores e lideranças locais para atuar como multiplicadores é uma das metas do projeto. A idéia é sensibilizar as comunidades para valorização da educação em detrimento do trabalho infantil.

Para a diretora da OIT no Brasil, Laís Abramo, o trabalho infantil acaba se tornando um ciclo vicioso: por força da condição econômica, os pais precisam da ajuda dos filhos. Cansadas do trabalho, as crianças não conseguem bons desempenhos na escola. “É preciso que os adultos tenham oportunidades de trabalho decente, ou seja, uma ocupação que seja suficiente para garantir condições de vida digna à família”, defende.