Frente Parlamentar quer fortalecer Correios
“Os Correios é uma das empresas estrategicamente mais importantes, do ponto de vista da integração nacional, no Brasil. Devemos defendê-la das investidas de alguns setores de comunicação, que têm feito pressão pela quebra do monopólio postal”. A fala é
Publicado 11/12/2007 16:42
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), também defendeu o caráter estatal dos Correios. Segundo ele, as estatais são orientadas de acordo com os interesses da sociedade. Ele disse que hoje milhões de brasileiros não têm endereço para correspondência e afirmou que, se os Correios fossem uma empresa privada, o número seria maior ainda, pois não haveria preocupação com os mais pobres. Ele citou o esforço dos deputados que querem fortalecer os Correios para disputar o mercado mundial. “É de fundamental importância a manutenção do monopólio postal”, diz Leme, que vê a rearticulação da Frente Parlamentar como muito importante no momento em que se fala sobre abertura de capital dos Correios.
“Esta Frente, como aconteceu recentemente no episódio da greve dos ecetistas, tem o objetivo de abrir canais de debate entre a direção e funcionários, entre o poder público e a sociedade civil, tendo em vista o fortalecimento da instituição, assim como a valorização dos seus funcionários”, destacou o parlamentar comunista.
Participaram do evento o ministro das Comunicações, Hélio Costa, e o presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, além de representantes de entidades sindicais.
Ajuda importante
O objetivo da frente é abrir canais de debate entre direção e funcionários e entre poder público e sociedade civil, tendo em vista o fortalecimento da instituição e a valorização dos empregados. A frente, composta por quase 100 parlamentares, se destacou recentemente na mobilização em torno do fim da greve dos ecetistas.
Para Moyses Leme, presidente do Sindicato dos Correios do Distrito Federal (DF), presente ao evento, “a Frente Parlamentar vai nos ajudar nas questões que necessitam de novas leis, como o Banco Postal”. O movimento sindical luta para que a Câmara aprove uma lei autorizando os Correios a atuarem na atividade bancária.
“Atualmente, o banco postal é administrado pelos Correios, que oferece estrutura, funcionários e segurança, mas o Bradesco fica com o bônus, e nós ficamos com o ônus”, explica o dirigente sindical, destacando que “essa parceria não interessa aos correios”.
“Somos expressamente contrários a abertura de capital para vender ações da empresa”, disse, defendendo a reestruturação da empresa com observância do seu maior patrimônio que são seus funcionários para permitir a competitividade da empresa. Ele destacou o Sedex, serviço explorado por empresa americana, que concorrem em território brasileiro com os Correios, mas que só quer atuar nos grandes centros urbanos.
O dirigente sindical defende também uma melhor fiscalização das franquias, o fim gradativo delas e a consequente abertura de agências próprias. Ele lembra que o Tribunal de Constas dos Municípios (TCU) e a CPMI dos Correios orientaram para o fim dos contratos dos franqueados porque dificulta a fiscalização.
De Brasília
Márcia Xavier
Com Agência Câmara