PCdoB lamenta morte do revolucionário palestino George Habash
A direção nacional do PCdoB, através de seu presidente Renato Rabelo e do secretário de Relações Internacional, José Reinaldo Carvalho. emitiu uma nota de pesar pela morte “grande revolucionário e patriota palestino” George Habash, fundador da Frente P
Publicado 28/01/2008 17:35
Na nota, os dirigentes comunistas brasileiros lembram que “sempre admiraram a posição firme do camarada Habash na luta contra o sionismo e o imperialismo, pela criação do Estado Nacional Palestino e a emancipação nacional e social de seu povo.”
O fundador da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), líder histórico da resistência palestina, morreu neste sábado (26) aos 82 anos, em Amã.
A notícia foi dada pelo embaixador da Autoridade Palestina na capital jordaniana, Atalah Jairy, que informou que Habache estava hospitalizado há dez dias por problemas cardíacos.
Filho de comerciantes greco-ortodoxos, nasceu em Lydda (atual Lod, em Israel), em 1925, e há anos estava doente e vivia afastado da política na Jordânia, país de sua esposa.
Nacionalista férreo, orador revolucionário que incendiava as massas com seu carisma, Habash fundou a FPLP em Damasco em 1967 e por vários anos foi secretário-geral desse movimento, que virou um dos três componentes da Organização de Libertação da Palestina (OLP).
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, prestou homenagem ao “líder histórico” e decretou que as bandeiras fiquem a meio mastro durante três dias.
Habash gostava de lembrar o episódio que o fez aderir à causa palestina. Ocorreu em julho de 1948, o ano da fundação de Israel, em uma estrada da Palestina. Em seus 22 anos, este estudante de medicina se encontrou no meio de uma maré de milhares de palestinos que fugiam ante o avanço das forças israelenses. “É uma imagem que jamais esquecerei”, explicou anos mais tarde. “Milhares de seres humanos expulsos de suas casas, fugindo, chorando, tremendo de terror. Depois de uma coisa assim, a pessoa só pode virar um revolucionário”.
Veja abaixo a nota emitida pelo PCdoB:
São Paulo, 28 de janeiro de 2008
À Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP)
Estimados companheiros,
É com enorme pesar que recebemos a noticia do falecimento do camarada George Habash, ex-secretário-geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina, grande revolucionário e patriota palestino, no último sábado (26), em Amam, na Jordânia, cidade onde há anos ele se encontrava exilado.
O camarada George Habash, conhecido entre o povo palestino como “Al Hakim” (o sábio), desde jovem se colocou à frente da luta pela libertação da Palestina. Foi grande a sua contribuição ainda em 1952, para a criação do Movimento Nacionalista Árabe. Em 1967, noutra iniciativa marcante na trajetória de luta do povo palestino, o camarada Habash fundou a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), uma das mais importantes e ativas organizações políticas daquele país. Com Iasser Arafat, por muito anos dirigiu a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Ao longo de sua trajetória, o camarada Habash sempre se apoiou no marxismo-leninismo combinado com a luta nacional dos povos árabes.
Os comunistas brasileiros sempre admiraram a posição firme do camarada Habash na luta contra o sionismo e o imperialismo, pela criação do Estado Nacional Palestino e a emancipação nacional e social de seu povo.
Nestes dias em que o cerco sionista à Faixa de Gaza provoca a busca desesperada por víveres e combustíveis junto ao vizinho Egito pelos palestinos que lá vivem bloqueados, a lembrança da trajetória revolucionária de Habash é motivo de alento e estímulo para prosseguir e fortalecer sua luta pela libertação e independência completa da Palestina.
Nesse sentido, o Partido Comunista do Brasil manifesta sua solidariedade aos familiares de George Habash, aos companheiros da Frente Popular para a Libertação da Palestina e a todo o povo palestino, reiterando nosso irrestrito apoio à causa da independência da Palestina.
Saudações fraternais,
Renato Rabelo
Presidente
José Reinaldo Carvalho
Secretário de Relações Internacionais