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'É preciso acabar com o preconceito contra os pobres', diz Lula

Em discurso durante lançamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Araraquara (SP) nesta sexta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “é preciso acabar com o preconceito contra os pobres”.

“Esses dias a imprensa foi atrás de uma mulher do Bolsa Família porque ela comprou uma geladeira. E aí já acharam que ela era burguesa, que não precisava mais do Bolsa Família. Eu quero que ela compre geladeira, televisão, que ela compre roupas, sapatos. É preciso acabar neste país com o preconceito contra os pobres”, disse.



O presidente disse ainda que há uma lógica de que verbas destinadas à população pobre são consideradas como gastos e que recursos “para ricos” são considerados investimento. “Eu acho que é o contrário. Quando a gente dá dinheiro para o pobre é investimento”, afirmou.



As obras do PAC na cidade vão ampliar as redes de água e esgoto e terão investimento de R$ 11,9 milhões do governo federal.



Ao lado dos ministros da Educação, Fernando Haddad, das Cidades, Márcio Fortes, e dos Transportes, Alfredo Nascimento, o presidente citou investimentos em educação, como a criação de 214 escolas técnicas, dez universidades federais e internet banda larga em escolas públicas.



Lula inaugurou a escola municipal “Gilda Rocha de Mello e Souza”, que recebeu R$ 792 mil do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão ligado ao Ministério d Educação.



“É preciso acabar com essa história que negros e nordestinos têm que ser pedreiros e cortadores de cana. Não temos vergonha de sermos pedreiros e cortadores de cana, mas queremos ser engenheiros, médicos”, acrescentou.



Inaugurações



O presidente disse ainda que ficará menos tempo em Brasília no primeiro semestre e mais tempo viajando pelo Brasil para anúncios de início de obras do PAC. “Quanto mais obras nós inauguramos, mais ordens de serviços fazemos e é mais emprego, salário e renda”, disse.



Lula também negou que irá priorizar visitas a cidades governadas por prefeitos do PT, como hoje em Araraquara, no interior paulista, município comandado por Edinho Silva, presidente estadual do partido em São Paulo. Ele deu como exemplo a visita que fará a São Paulo na próxima semana, onde irá anunciar um pacote de obras na capital paulista. “Lá o prefeito é dos Demos (em referência ao partido dos Democratas) e quem vai estar comigo no palanque é o prefeito (Gilberto Kassab)”, afirmou.



O presidente disse também que o País não pode parar por causa das eleições. “Se eu pensasse em eleições, eu não teria feito um acordo com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), no valor de R$ 8 bilhões, e outro acordo de R$ 4 bilhões com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB).”


 
Economia



No discurso, Lula também falou sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Nesta semana, o IBGE divulgou que o PIB brasileiro cresceu 5,4% em 2007.



“Havia uma lógica dos economistas de que o Brasil não podia crescer mais de 3% ao ano. E nós queremos provar que o Brasil pode crescer 3%, 4%, 5%, 6% e quanto a economia suportar”, disse, destacando que é preciso, no entanto, ter cuidado para que a capacidade de consumo não supere a capacidade de produção do país, o que poderia gerar inflação.



“Se cresce muito o consumo e a indústria não investe em novas fábricas e produção, a gente tem de volta uma doença desgraçada de que nós não gostamos que é a inflação, que muitas vezes favorece o rico e quem paga o preço é o pobre, que vive de salário nesse país.”



Com informações do G1