Departamento de Estado admite espionagem de candidatos
Os três principais candidatos à Presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, Hillary Clinton (democratas) e John McCain (republicano) tiveram seus passaportes espionados por funcionários do Departamento de Estado. As violações de privacidade aconteceram
Publicado 21/03/2008 20:41
Os episódios ficaram confinados na burocracia do Departamento de Estado. Só se tornaram conhecidos depois que um repórter que contou o caso, em um e-mail datado da quinta-feira, ao porta-voz do departamento de Estado, Sean McCormack.
“Eu disse a ele [Obama] que sinto muito e que eu mesma me sentiria muito perturbada se eu descobrisse que alguém olhou meus registros de passaporte”, disse Condoleezza a jornalistas no início de uma reunião com o ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim. Ela disse que “expressou o mesmo sentimento” a Hillary e que ainda vai falar com McCain.
A versão apresentada pelo departamento é que três funcionários terceirizados abriram indevidamente os registros dos passaportes. Dois deles foram demitidos. Os investigadores do episódio dizem que os três parecem ter agido de maneira independente e sem motivações políticas. O departamento de Justiça pediu informações sobre o inquérito como precaução em caso de alguma lei ter sido violada.
O episódio mostra até que ponto as medidas de segurança e controle policial degradaram o respeito às liberdades e direitos civis nos EUA, sobretudo depois dos atentados do 11 de Setembro de 2001. Entre os analistas do fenômeno, já se usa expressões como “um novo regime” e até “um regime policial”.
No entanto, não se pode atribuir as violações inteiramente à guerra antiterrorista do presidente George W. Bush. Também em 1992 funcionários do Departamento de Estado pesquisaram registros de passaporte e cidadania do marido de Hillary, Bill Clinton, que na época era o candidato presidencial democrata.
Da redação, com agências