Escalado para bombeiro, Sérgio Guerra acirra mais os ânimos no PSDB paulista

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, desembarcou em São Paulo para fazer as vezes de bombeiro na briga interna dos tucanos, mas usou água raz para apagar o incêndio. Resultado: acabou acirrando ainda mais os ânimos já exalt

Em conversas com Serra e Henrique Lobo, presidente municipal do PSDB, o senador elogiou a tese da manutenção da aliança com o DEM e a busca por candidatura única dos partidos na capital paulista. Depois, afirmou para a imprensa que haverá mesmo dois candidatos, sendo Alckmin o postulante tucano.


 


Sérgio Guerra foi além: comunicou, segundo informa o jornal O Estado de S. Paulo, a decisão de candidatura própria do PSDB ao deputado Rodrigo Maia, presidente nacional do DEM. O discurso dúbio causou furor na ala tucana ligada ao governador José Serra, entusiasta do apoio à reeleição de Gilberto Kassab.


 


Os próximos dias devem ser tensos para o tucanato de São Paulo. Ainda nesta quinta (27) está previsto um ato de apoio à candidatura de Alckmin, que será respondido no sábado pelos apoiadores de Kassab.


 


''Disputa cordial''


 


Dirigentes tucanos e democratas têm consciência de que está cada vez mais difícil reeditar a aliança no primeiro turno e já trabalham no cenário de disputa. Até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso manifestou que considera ''muito difícil'' convencer os dois partidos a não lançarem nomes próprios.


 


Prova disso é que estaria em articulação, segundo a Folha de S. Paulo, uma reunião entre lideranças das duas legendas para combinar as armas da batalha. Ou seja, estabelecer um primeiro turno ''cordial'' entre Alckmin e Kassab com vistas a renovar a união no segundo.


 


Mas há inconvenientes para um acordo nesses moldes. O tucano Walter Feldman, secretário municipal de esportes e defensor do apoio à reeleição de Kassab, argumenta, em carta enviada a militantes, que o PSDB é governo na capital e o lançamento de uma candidatura própria será necessariamente de oposição. ''Teremos uma situação surrealista: um candidato do PSDB que não defende a gestão do PSDB'', diz o documento.


 


Além disso, há o agravante de Alckmin e Kassab disputarem o mesmo eleitorado, fato constatado nas últimas pesquisas do Instituto Datafolha. De novo Feldman apresenta uma perspectiva assombrosa para os tucanos: ''Temo que o povo nos cobre um preço alto pelo nosso oposicionismo de última hora''.


 


Fernando Borgonovi, com agências