Denúncia contra ex-governador do DEM envergonha Sergipe
“Não estou aqui fazendo condenação de ninguém. Isso cabe à Justiça, mas não há como negar que esse escândalo é vergonhoso para Sergipe”. Desta forma, a deputada estadual Tânia Soares (PCdoB-SE) destacou a denúncia que o Ministério Público Federal (MPF) fe
Publicado 20/05/2008 22:18 | Editado 04/03/2020 17:20
As fraudes, nas quais o ex-governador é denunciado, culminaram com a Operação Navalha, desencadeada pela Polícia Federal e que prendeu três pessoas em Sergipe. Ao todo, 11 pessoas foram denunciadas pelo MPF.
De acordo com a deputada estadual, a Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu, em auditorias feitas em 21 convênios e contratos, que o maior prejuízo causado pela Construtora Gautama ocorreu em Sergipe, chegando a R$ 178,7 milhões. A denúncia do MPF, lida em plenário pela comunista, diz o seguinte: “as provas constantes dos autos demonstram que o ex-governador, que era candidato à reeleição no ano de 2006, necessitava de dinheiro para campanha eleitoral, valendo-se, para isso, das propinas pagas por Zuleido Veras”.
Ela assegura que é necessário apurar o desvio dos R$ 178,7 milhões. O relatório da CGU diz que o valor do contrato foi de R$ 128.432.160,69, mas após reajustes foram pagos R$ 224.620.790,69. As subprocuradoras da República Lindora Maria Araújo e Célia Regina Souza Delgado afirmaram, na denúncia, que “a quadrilha [liderada por Zuleido Veras] atuava com apoio de integrantes do governo, entre eles o ex-governador de Sergipe, João Alves Filho”. Em seguida, disseram que “João Alves Filho se empenhou em liberar os recursos restantes mediante o pagamento de propina”.
A parlamentar disse que deseja que, se comprovada a culpa, “seja feita Justiça e que os responsáveis sejam punidos”. E mais importante: “que os R$ 178 milhões desviados voltem aos cofres públicos do nosso Estado para que possam ser investidos em escolas, hospitais, casas populares e segurança. Eu expresso a indignação de muitos sergipanos que não concordam com o desvio de dinheiro público e que estão atentos àqueles que se calam diante da corrupção”, ressaltou.