Vale do Rio Doce e Thyssen Krupp condenadas por crimes ambientais na Baía de Sepetiba

A construção de uma mega-siderúrgica e porto privado da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico) de propriedade da empresa alemã Thyssen-Krupp e da Vale do Rio Doce, vêm provocando danos ambientais, prejuízos à pesca artesanal e violação de direitos traba

A empresa alemã Thyssen-Krupp foi condenada, neste fim de semana no Tribunal Popular dos Povos, realizado em Lima no Peru, por destruir os ecossistemas da Baía de Sepetiba, prejudicar economicamente e impedir o trabalho de mais de 8.070 pescadores artesanais, além de estar enterrando lama contaminada por metais pesados no fundo do mar, no interior da Baía de Sepetiba. Com esta condenação a Thyssen será formalmente acusada na ONU e no parlamento Europeu pelos crimes econômicos e violações de direitos humanos, desrespeito a cláusulas trabalhistas e crime ecológico.



Desde o ano passado, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Federal, além da Polícia Federal, receberam inúmeras denúncias contra os desmandos operacionais da CSA. A instauração de Inquérito Criminal levou a incursões diárias na localidade da Baia de Sepetiba.



O MPT, através da Procuradora do Trabalho Valéria Sá Carvalho e auditores fiscais, interditou as obras da CSA por irregularidades e falta de segurança, entre outros problemas.



As denúncias apontam que os acidentes são rotineiros, já tendo muitas mortes ocorridas e vários corpos encontrados, assim como diversas entradas por acidentes de trabalho no Hospital Cremeru (particular) oriundos do local das obras. Além de trabalhadores sem carteira, ameaçados e desaparecidos.



Em Lima, representantes dos pescadores artesanais da Baía de Sepetiba e o ecologista Sérgio Ricardo apresentaram Estudo de Caso e farta documentação que trata dos crimes ambientais e violação de direitos humanos e trabalhistas de 8.070 pescadores artesanais que estão impedidos de  trabalhar desde o final de 2005 por causa da poluição provocada pelas dragagens impactantes para construção da mega-siderúrgica.



Durante o Tribunal, os defensores da Baía de Sepetiba também tiveram  encontro com diversas organizações civis da Alemanha e deputados do Parlamento Europeu aos quais se comprometeram a adotar medidas legais e políticas para impedir a continuidade dos crimes corporativos da Thyssen Krupp-Vale no Brasil.