Carrion condena desmonte de acampamento do MST próximo à fazenda
Deputado estadual alerta para a crescente criminalização dos movimentos sociais feita pelo Governo Yeda.
Publicado 18/06/2008 17:52 | Editado 04/03/2020 17:11
O deputado Raul Carrion (PCdoB) condenou nesta quarta-feira (18), durante a sessão plenária da Assembléia Legislativa do RS, a Brigada Militar, da Justiça e o Ministério Público na operação que desocupou dois acampamentos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) localizados ao lado da Fazenda Coqueiros, no município de Coqueiros do Sul, no norte do Estado. Eles obedeceram a uma decisão da Justiça.
Os 364 sem-terra dos acampamentos da Serraria e do Jandir precisaram erguer barracos em um novo acampamento às margens do km 139 da rodovia Sarandi-Almirante Tamandaré do Sul (BR-386).
“É um absurdo o que foi feito em acampamentos nos quais residiam mulheres e crianças. Foram cercados na madrugada fria e jogados na estrada. As pessoas agora serão expulsas do local que ocupam por apresentarem periculosidade?”, questionou Carrion. E prosseguiu: “Isso não existe em um estado de direito. A democracia mais uma vez foi rasgada.”
A alegação da Justiça é de que não havia justificativas concretas para a manutenção dos acampamentos. Os acampamentos foram cercados por 500 policiais militares ainda no final da madrugada. Os policiais estavam preparados para o confronto, com escopetas, escudos e cães de guarda, segundo testemunhas.
Carrion alertou para a operação de remoção, ação iniciada há quase um ano pelo Ministério Público e que está sendo desencadeada em outras três ocupações do Estado. Três ações civis públicas solicitam que sejam vetadas marchas de integrantes do MST e de outros movimentos sociais a uma distância inferior a dois quilômetros de propriedades rurais em três cidades gaúchas.
“Estão criminalizando os movimentos sociais. É o novo jeito de governar mais uma vez mostrando suas garras”, disse Carrion.
Isabela Soares