Sem nova proposta dos setores patronais, greve dos bancários entra no segundo dia

Os bancários continuam em greve em diversas regiões do país nessa quinta-feira, segundo dia da mobilização. A Contraf (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, ligada à CUT), que representa 90% da categoria, ainda não tem um balanço de regiões q

Os trabalhadores entraram em greve na quarta-feira (7), com a paralisação de 3.000 agências nas capitais e grandes cidades do país. Eles argumentam que o reajuste oferecido pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), de 7,5%, quase que apenas repõe a a inflação acumulada entre setembro de 2007 e agosto deste ano, de 7,15%, representando um aumento real de apenas 0,35%.


 


A Febraban não dá sinais de que vai abrir a negociação. Em entrevista à Folha de São Paulo, Magnus Apostólico, coordenador das relações trabalhistas da entidade, afirmou que “a greve é inadequada” e que “ocorre em um momento errado, em que as preocupações são outras [crise financeira internacional]”. Ele afirma ainda que “os bancários têm de dizer o que querem, já que o reajuste de 7,5% não serve”. Os bancários reivindicam um aumento real de 5%, considerado inviável pelo setor patronal.


 


A proposta da Febraban foi feita no dia 24 de setembro, antes mesmo da paralisação de 24h da categoria, no último dia 30, e depois não houve mais diálogo.


 


Quadro geral
Na Grande São Paulo, a greve atinge cerca de 21% da categoria, segundo um balanço divulgado no final da tarde de ontem pelo sindicato de São Paulo, Osasco e região. Dos 120 mil funcionários, 26 mil estariam parados em 670 locais de trabalho, entre agências e prédios administrativos. Nesta quinta-feira, uma nova assembléia está marcada para as 17h.


 


Aderiram à greve os bancários dos Estados do Acre, Rondônia, Ceará, Alagoas, Piauí, Mato Grosso, Espírito Santo, Paraíba, sul do Rio de Janeiro, além das capitais São Paulo (SP), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS)(nesta última, exceto Banco do Brasil e Banrisul). Seguem em greve desde a semana passada: Pernambuco, Pará, Amapá, Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe, Brasília (DF) e Salvador (BA).


 


Segundo a Contraf, os únicos sindicatos que rejeitaram a greve, em assembléia realizada na noite da terça-feira, foram os de São Carlos (SP), Blumenau (SC) e Videira (SC).