Máfia do lixo pode ser beneficiada em nova licitação

Faltando cerca de dois meses para deixar o governo, o prefeito Cesar Maia (DEM) lançou a licitação para o recolhimento do lixo da cidade. Com isso, a próxima gestão, que será eleita neste domingo (26), terá que assumir uma conta com a empresa vencedora du

Sete empresas apresentaram propostas para esta licitação: Delta, Ouro Verde, Engetécnica, Viva Ambiental, Belém Ambiental, Vega e Julio Simões. Todos os bairros que terão a licitação são os que mais produzem lixo na cidade: Copacabana, Leblon, Botafogo, Tijuca, Vila Isabel, Campo Grande e Santa Cruz.



Teme-se que esta medida favoreça a empresa de transportes Júlio Simões Ltda., que tem ganho a maioria das licitações desde que Cesar Maia assumiu a prefeitura. Uma CPI chegou a ser instalada para apurar o caso. A CPI divulgou alguns dos valores pagos pela Comlurb à Júlio Simões entre 2001 e 2003: R$ 52.785 milhões, R$ 19.700 milhões, R$ 5.684 milhões, R$ 3.076 milhões, em 2001, R$ 29.431 milhões, R$ 41.648 milhões, R$ 47.127 milhões, em 2002, e R$ 28.924 milhões, em 2003.



Hoje, a Júlio Simões já domina 80% dos contratos de coleta no Rio e de carros e equipamentos alugados pela Prefeitura carioca. A mesma empresa é responsável por 100% do destino final de lixo da cidade (os aterros sanitários de Gramacho e Gericinó).



A Júlio Simões também venceu a licitação da Prefeitura do Rio em 2003, sobre o projeto do aterro de Gramacho. Porém, a licitação para a construção do aterro sanitário foi anulada pela prefeitura, depois de determinação do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.



Segundo o ecologista Sérgio Ricardo “esta medida vai colocar o futuro prefeito de joelhos perante a empresa, é mais uma vitória da máfia do lixo”. A denúncia será encaminhada aos ministérios públicos Federal e Estadual.



O orçamento da Comlurb para o próximo ano é de mais de R$ 760 milhões.