Israel pede que EUA mantenham 'permissão' para atacar Irã
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, pediu na sexta-feira (7) aos Estados Unidos que não descartem a hipótese de atacar militarmente o Irã. Barak fez o pedido três dias após a eleição de Barack Obama, que durante sua campanha disse estar disposto a
Publicado 08/11/2008 17:17
O conservador ministro israelense se reuniu em Jerusalém com a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice. “Todas as nossas opções para lidar com o Irã estão sobre a mesa — e recomendamos que outros países também não abandonem nenhuma possibilidade'', disse Barak. ''Estamos convencidos de que o Irã segue tentando obter uma arma nuclear.''
O temor de Israel em ficar isolado é tanto que, logo após a eleição, a chanceler israelense, Tzipi Livni, advertiu Obama, dizendo que dialogar com o Irã pode ser visto como um ''sinal de fraqueza''. Só que o novo presidente americano, em seu discurso de sexta-feira à imprensa, disse que não se apressará para tomar uma decisão sobre Teerã.
Condoleezza — que também se reuniu com Tzipi e com o presidente palestino, Mahmud Abbas — reconheceu não ser realista o plano de um acordo de paz entre israelenses e palestinos até o fim do governo Bush, em janeiro. A chefe da diplomacia americana disse esperar que as eleições em Israel e a transição nos Estados Unidos — ambas em janeiro — não “atrapalhem o processo de paz” na região.
Críticas a Obama
Neste sábado, o presidente do Parlamento do Irã, Ali Larijani, criticou a primeira entrevista de Obama à imprensa, pelo fato de o presidente americano ter dito que o desenvolvimento de armamento nuclear pelo país islâmico seria ''inaceitável''. Larijani repetiu o clamor do governo iraniano por mudanças políticas fundamentais. ''Obama deve saber que a mudança de que ele fala é uma mudança de fundamentos — e não de aparências ou táticas'', disse o parlamentar na rádio estatal.
Larijani também pediu explicações a Obama quanto ao slogan de sua campanha sobre alterações na política externa dos Estados Unidos, incluindo mudanças em sua conduta em relação ao Irã. ''Repetir as objeções ao programa nuclear do Irã será dar um passo na direção errada.''
Obama, na entrevista, disse que um esforço internacional deve ser realizado para impedir o desenvolvimento de armas nucleares no Irã. O Ocidente aposta que o programa de enriquecimento nuclear do Irã é destinado à construção de armamento atômico — fato negado por Teerã.
Larijani disse que o Irã não cederia a uma pressão internacional para abrir mão de seu direito à tecnologia nuclear. ''Você (Obama) deveria saber que vocês (os Estados Unidos) não podem impedir o Irã (de obter tecnologia nuclear)'', segundo citações creditadas a Larijani divulgadas pela agência de notícias Irna.