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Em plebiscito, metroviários de SP escolhem CTB a sua central

Após um processo amplamente democrático, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo confirmou, nesta quinta-feira (18), sua filiação à CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). “Essa conquista dos metroviários — uma das categorias mais

Após a realização de seu 9º Congresso, realizado de 4 e 6 de dezembro, onde 80% dos delegados votaram pela desfiliação do sindicato da CUT e filiação à CTB, o plebiscito da categoria, realizado de 14 a 17 de dezembro, contou com a participação de 3.169 metroviários dos cerca de 6 mil filiados ao sindicato.


 


Dos 2.850 votos válidos, 1.465 (51%) trabalhadores referendaram a decisão do 9º Congresso, enquanto 1.385 (48,6%) foram contrários. Outros 296 anularam seu voto, e 23 votaram em branco. 


 


A diferença de 80 votos entre “sim” e o “não” sobre a decisão do 9º Congresso pode parecer apertada quando se olha a fotografia do plebiscito. Porém, olhando o contexto da disputa e, sobretudo, a trajetória do sindicato, observa-se uma importante e grande vitória da CTB.



 
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo se filiou à CUT em 1990 e desde então foi uma importante referência da central na resistência aos governos conservadores que passaram pelo estado. A atuação combativa do sindicato buscou ser reconhecida pela CUT, que chegou a ter Wagner Gomes como seu vice-presidente por algumas gestões.


 


No entanto, para algumas lideranças, o sectarismo que vinha se impondo na central afastou a CUT de seu papel junto aos metroviários. A fundação da CTB, em dezembro de 2007, veio dar vazão a esse vazio. Após três amplas consultas realizadas no último um ano e meio — a eleição da direção do sindicato, o 9º Congresso e o plebiscito —, a CTB corou a conquista da categoria.


 


Desejo de amplitude


 


Durante o plebiscito, a CUT — que compõe a atual direção do sindicato com a CTB — aliou-se à oposição liderada pelo Conlutas e pela Intersindical contra o “sim”. Porém, nem mesmo a inusitada aliança e a desigual campanha contra a CTB conseguiu derrotar o desejo de amplitude da categoria.


 


“O processo foi importante não só para os metroviários como também para todos trabalhadores brasileiros. Mostra que a democracia em nosso país existe, principalmente no sindicato”, disse o metroviário Onofre Gonçalves, secretário-geral da CTB. “A categoria reconheceu a importância da CTB e de suas propostas para os trabalhadores.”


 


Para Wagner Fajardo, secretário-geral do sindicato e presidente da Federação Nacional dos Metroviários, “a concretização da filiação à CTB demonstra a sintonia que os metroviários têm com o sindicalismo classista, que luta por transformações na sociedade brasileira”. 


 


Vitória inconteste


 


De acordo com Wagner Gomes, esse é um momento muito significativo para a central. “A categoria referendou duas vezes a filiação à CTB — no congresso e no plebiscito. Uma demonstração de democracia poucas vezes vista”, comentou.


 


“O sindicato também sai fortalecido nessa nova empreitada que é ajudar a construir a CTB, uma central plural e democrática. Foi uma grande vitória. Agora é fazer com que o sindicato se envolva com os projetos da CTB”, agregou.



 
Para Salaciel Fabrício Vilela, secretário adjunto da CTB, prevaleceu a vontade dos metroviários. “Entendo que um dos principais pontos para os metroviários terem se filiado à CTB é o reconhecimento e respeito pelos que representam a central. Um dos fatores foi o entendimento de que um sindicato que tem como presidente o mesmo que preside a CTB vai fortalecer, e muito, às lutas e embates da categoria.”


 


Confira o resultado do plebiscito:
– Sim à filiação à CTB: 1.465 (51%)
– Não: 1.385 (48,6%)
– Votos brancos: 23
– Votos nulos: 296
– Total de votantes: 3.169


 


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* Com informações do Portal CTB.