Entidades sociais e o PCdoB no Fórum Social Mundial 2009
Há menos de uma semana do início do Fórum Social Mundial (FSM), que será realizado na cidade de Belém (PA), entre os dias 27 de janeiro e 01 de fevereiro, as entidades sociais e os p
Publicado 22/01/2009 12:23 | Editado 04/03/2020 16:12
Apesar do Amazonas ser um Estado vizinho ao que receberá o evento, as dificuldades geográficas que os separam permite classificar o número de integrantes da bancada amazonense de expressivo. A lentidão do deslocamento de barco, as grandes distâncias das cidades do Amazonas para Belém – São Gabriel da Cachoeira, por exemplo, é próximo da fronteira com a Colômbia – e o valor das passagens aéreas são dificuldades recorrentes que impedirão muitos de ter a oportunidade de participar do evento.
Para driblar a adversidade e garantir uma participação maior, as entidades amazonenses contaram com a articulação da deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB) que, junto à Força Aérea Brasileira (FAB), conseguiu um vôo para transportar 25 pessoas até Belém. “O número se amplia porque alguns conseguiram suas passagens comprando e ainda estão ou vão pagar”, afirma Barnnad.
Além dos que fazem parte das tradicionais entidades sociais de atuação no Estado (juventude, mulheres, trabalhadores e comunitários), Christian ressalta a delegação indígena do Amazonas. “Estão indo aproximadamente 200 lideranças do movimento indígena, dentre os quais muitos são comunistas que atuam no âmbito da COIAB e da FIURN e fizeram seus próprios contatos para garantir o deslocamento de avião”, ressalta.
Intervenção política unificada do PCdoB
A ausência de harmonia se dá apenas no deslocamento dos amazonenses ao FSM, já que a plataforma política a ser apresentada pelo Partido Comunista do Brasil.(PCdoB) ao longo do evento foi discutida e aprovada no seminário “Amazônia Sustentável”, ocorrido nos dias 28 e 29 de novembro de 2008, na própria cidade de Belém. Na ocasião, participantes como Eron Bezerra, Aldo Arantes e José Carlos Ruy contribuíram na sistematização do documento “Amazônia, soberania e desenvolvimento”, que servirá de base para as intervenções dos comunistas de todo Brasil.
Nesse documento, o PCdoB reafirma a luta antiimperialista na vertente do meio ambiente ao defender a soberania dos brasileiros sobre a Amazônia e, também, o desenvolvimento econômico da região a partir da lógica da sustentabilidade. Ainda, aponta os defensores do desenvolvimento sem preocupações ambientais e os que vêem a Amazônia como um santuário, que não pode ser explorada, como propagadores dos ideais colonizadores.
Avanços e perspectivas do FSM
Alguns dos traços mais notáveis deixado pelo FSM desde sua existência, segundo Christian, é a articulação internacional dos movimentos sociais e o fortalecimento das lutas globais. “A experiência do Fórum permite os movimentos sociais fortalecerem bandeiras de lutas como a causa da Palestina, a defesa da Amazônia e o combate ao imperialismo”, enfatiza lembrando que essas bandeiras são secundarizadas quando não são tratadas em nível internacional.
Outro avanço percebido por Barnnad é o espaço que os partidos políticos terão nesta edição do FSM. “Nas primeiras edições havia uma série de dificuldades para os partidos participarem, e a exceção cabia à juventude. Mas agora alguns ministros e secretários de Estados participarão inclusive como palestrantes” destaca. “A característica popular e progressista de muitos governantes da América Latina talvez seja o fator que tenha gerado essa abertura”, completa.
O dirigente comunista aguarda que com a edição de Belém e a ênfase na Amazônia os movimentos sociais, mundialmente, venham levantar mais alto a bandeira da sustentabilidade e o cuidado com o meio ambiente de forma preponderante.
De Manaus,
Anderson Bahia