Coletivo Camaradas entrega reivindicações à Secretaria de Cultura do Estado

Fórum de Circulação da Música Cearense e desburocratização dos editais de incentivo as artes são pontos de reivindicações do Coletivo Camaradas ao Secretário de Cultura.

Nesta terça-feira (27), integrantes do Coletivo Camaradas viajaram duas horas e meia do Crato até Tarrafas, onde foi instalado o Governo Itinerante, para participar de audiência com o Secretário de Cultura do Estado, professor Auto Filho. O intuito do encontro foi discutir políticas públicas para área cultural.


 


As reivindicações do ‘Coletivo’ foram recebidas pela articuladora da Secult, Norma Santana, que manteve um diálogo de mais de 30 minutos com o grupo. O Coletivo Camaradas foi para audiência a convite do próprio Secretário, depois de ele tomar conhecimento da atuação política do grupo e do posicionamento contrário à política que vem sendo desenvolvida pelo Governo Cid Gomes de financiamento e  beneficiamento das grandes bandas.


 


Os camaradas foram convidados a contribuir com sugestões de políticas públicas que favoreçam o povo cearense e entregaram durante a audiência um documento contendo reivindicações como a criação do Fórum da Circulação da Música Cearense e a desburocratização na política de editais da Secult. Como sugestão colocaram como modelo a política de edital implementada pelos centros culturais do Banco do Nordeste e da Funarte, que conforme observação dos Camaradas, é um exemplo desburocratizante e que possibilita que os artistas sejam beneficiados com recursos públicos.


 


Leia na íntegra as reivindicações do Coletivo Camaradas: 
 


Crato, 27 de janeiro de 2009.
Ilmo. Sr.
Prof. Auto Filho
Secretário de Cultura do Estado do Ceará
 
 
Senhor Secretário,


Ao longo deste Governo verificamos uma forte tendência ao financiamento público de grandes bandas da indústria cultural de Massa, que estão indiscutivelmente a serviço do mercado em detrimento da vasta, plural e diversificada produção musical cearense que não encontra espaço para popularização (circulação) desta musicalidade.
 


Neste sentido, o Coletivo Camaradas vem pautando o debate em torno da democratização tanto do acesso como da fruição da produção musical cearense numa perspectiva plural que possa abarcar ritmos e estilos sem o monopólio do mercado fonográfico e das grandes produtoras.

Isto posto, propomos a criação do FÓRUM DA CIRCULAÇÃO DA MÚSICA
CEARENSE que possa discutir e deliberar sobre políticas públicas, que viabilizem circulação de espetáculos, veiculação da música cearense nas emissoras de rádio e televisão, prensagem de CDs, eventos de formação, proposição de projetos de leis e demais questões pertinentes.
 
Defendemos que o acesso aos recursos públicos deve ser viabilizado de forma a garantir a desburocratização e a possibilidade de os artistas serem beneficiados. O que podemos observar é que, atualmente, os beneficiados com os editais de incentivo são ''os profissionais de projetos'' (os burocratas), que na maioria das vezes são atravessadores de recursos públicos para os artistas, pois os artistas são excluídos do processo. Por isso, recomendamos que a política de editais da Secult seja baseada nas experiências desenvolvidas pelos Centros Culturais do Banco do Nordeste e da Funarte. Ambas se baseiam em privilegiar o conteúdo do projeto (concepção) e caso o projeto seja aprovado é que as obrigações legais são exigidas para contratação. Entretanto, a Política da Secult se apresenta de forma inversa.
 
Assim sendo, o Coletivo Camaradas se coloca a disposição para construir uma política pública democrática e que atenda às necessidades do povo cearense.
 
 
 
Atenciosamente,
 
 
Coletivo Camaradas
 
 
Fonte: Blog do Coletivo Camaradas