Aldo conta com resistência ao PMDB como aliada de campanha
Na reta final da campanha eleitoral para a sucessão na Câmara dos Deputados, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), candidato ao cargo, demonstra confiança e otimismo. Ele vê na resistência dos deputados a que um único Partido – o PMDB – presida as duas Ca
Publicado 28/01/2009 12:40
Com a consolidação da candidatura de José Sarney (PMDB-AP) à Presidência do Senado, Aldo identifica uma “inquietação” na Câmara. “Eu acredito que haverá muita resistência para que um único partido presida as duas casas e o foco dessa resistência vai se concentrar aqui na Câmara, porque a candidatura de Sarney está consolidada”, garante, acrescentando que a resistência não é a um determinado partido ou determinado candidato, a resistência é a que um único partido presida a Câmara e o Senado.
E endurece o discurso quando avalia o acordo que houve entre o PT e o PMDB que permite que o deputado Michel Temer (PMDB-SP) apareça como favorito na disputa. “A escolha do Presidente da Câmara é uma prerrogativa dos parlamentares, não é dos partidos, não é das cúpulas partidárias. Com dois anos de antecedência, um partido negociar com outro a Presidência da Câmara é uma falta de respeito aos parlamentares”.
Para ele, o acordo não tem relevância, porque não terá peso na eleição. “Os deputados vão escolher seus dirigentes de acordo com os seus próprios critérios, julgando o que seja melhor para a Câmara. E levanta dúvidas sobre o acordo, dizendo que não acredita que os partidos – PT e PMDB – queiram tutelar por antecedência a escolha que cabe aos deputados.
Distribuição de poder
Rebelo repete, na gravação da entrevista que concedeu à TV Câmara, no final da tarde desta terça-feira (28), o que tem dito ao longo de sua campanha, em entrevistas e nos contatos com os parlamentares: “A idéia é não oferecer a um único partido uma espécie de monopólio de poder dentro do Legislativo, que é o ambiente da pluralidade, onde há diversidade de ideias e opiniões.”
Para o candidato, que recebe apoio formal do Bloco de Esquerda, formado pelo PSB, PCdoB, PMN e PRB, mas assegura que tem em torno de sua candidatura um grupo de deputados de vários partidos, o melhor é a pluralidade, a distribuição do poder entre os partidos.
Sem relação
O deputado afasta, com frases conclusivas, os assuntos que considera externos à disputa, como a posição do Presidente Lula e a influência que o PMDB na direção das duas Casas terá na sucessão presidencial em 2010.
Com relação ao Presidente Lula, diz que “o governo não deve se meter nisso porque é uma eleição para o Poder Legislativo, não é eleição para Presidência da República”, lembrando que os quatro candidatos são da base do governo. Os outros dois candidatos são Ciro Nogueira (PP-PI) e Osmar Serraglio (PMDB-PR).
E diz que não vê relação entre a ascensão do PMDB ao poder nas duas Casas com a sucessão presidencial em 2010. “O desconforto que causa num ambiente com tantos partidos é um só ter tanto controle sobre os destinos do Poder Legislativo. Esse é o principal desconforto e a inquietação que causa. O PMDB não tem posição para 2010, uns acham que pode apoiar o PT ou o PSDB, a questão está muito antes de 2010”, diz, encerrando o assunto.
Mensagem de campanha
Aldo Rebelo também falou sobre a sua campanha em particular, destacando que tem trabalhado com um grande grupo de deputados de todos os partidos, “em torno de uma agenda que fortaleça a Câmara dos Deputados, que retome a ideia da reforma política, reforma tributária, das questões relacionados com a saúde, ensino e segurança pública.”
Segundo ele, essas ideias tem encontrado muito apoio junto a todos os parlamentares, “daí a nossa confiança e nosso otimismo”, justifica, dizendo que além da consolidação da candidatura do ex-Presidente Sarney no Senado e a resistência que ocorre na Câmara, “a eleição também tem importância pela possibilidade de abrir um novo horizonte para a Câmara dos Deputados com uma agenda que dê importância e relevância ao papel político da Câmara na vida econômica, na vida social e interesses do País e do povo brasileiro.”
De Brasília
Márcia Xavier