Bolívia: Evo chama governadores para diálogo sobre autonomia
O presidente da Bolívia, Evo Morales, convocou os governadores de oposição para tratar da autonomia dos departamentos (estados) criada pela nova Constituição boliviana, que foi aprovada em referendo no último domingo.
Publicado 28/01/2009 13:54
O anúncio foi feito na noite dessa terça-feira, após o governo ter analisado, junto a dirigentes sociais e de seu partido, o novo cenário político no país e as formas de garantir a aplicação da nova Constituição, aprovada em referendo realizado no último domingo.
O presidente pediu ao Congresso para que “trabalhem juntos” pela aprovação das leis necessárias para reestruturar o sistema político-administrativo do Estado, agora baseado nas novas normas constitucionais. “Espero que possamos trabalhar com os governadores para colocar em prática a autonomia departamental”, disse Morales, demonstrando sua disponibilidade ao diálogo, mas deixando claro que não negociará pactos para “revisar ou modificar a Constituição, porque a decisão soberana do povo deve ser respeitada”.
Oposição dificulta diálogo
Logo após os primeiros resultados do referendo constitucional, governadores e dirigentes cívicos de Santa Cruz, Tarija e Beni, departamentos que rejeitaram a proposta presidencial, haviam pedido um “pacto nacional” para a aplicação prática da Constituição.
A oposição argumentou que sem esse pacto não haveria unidade no país, o que impossibilitaria a aplicação da nova Carta Magna. Em todos os departamentos da região leste e sul, próximos à Amazônia, o “não” foi escolhido por pelo menos 40% da população, enquanto no Altiplano, região oeste do país e reduto eleitoral de Morales, a proposta foi aceita pela maior parte dos bolivianos.
Savina Cuéllar, governadora do departamento opositor de Chuquisaca, afirmou antes da convocação presidencial que não acatará a nova Constituição e que não comparecerá a nenhuma reunião.
Apuração
Até as 14h desta quarta-feira (28), o Conselho Nacional Eleitoral boliviano havia finalizado a apuração de 94,5% dos votos do referendo. Desse total, 61,85% optaram pelo apoio à nova Carta, contra 38,15% contrários a ela.
Da redação, com informações da Ansa Latina