Lula Morais destaca os 25 anos de criação do MST no Brasil
O líder do PCdoB na Assembléia Legislativa, deputado Lula Morais, parabenizou, em pronunciamento feito na sessão desta sexta-feira (06/02), o Movimento dos Sem-Terra (MST) por seus 25 anos de criação.
Publicado 06/02/2009 16:12 | Editado 04/03/2020 16:35
Ele lembrou que a luta do MST em favor da democratização do acesso a terra nasceu justamente durante a Ditadura Militar, quando, em 1984, cerca de 80 trabalhadores rurais de 12 estados se reuniram com líderes políticos e concluíram que a ocupação era uma ferramenta legítima dos trabalhadores. “Essa reunião marca o ponto de partida da concepção. A partir disso, eles saíram com a tarefa de construir um movimento orgânico nacional pela formatação de um novo modelo agrícola”, afirmou.
Citando o centenário de nascimento de dom Helder Câmara, igualmente conhecido pela defesa da erradicação da pobreza e pela garantia da igualdade de direitos, Lula disse que o MST defende o desenvolvimento do País. Contudo, prega a justiça social como fator preponderante para esse processo.
O comunista enalteceu os principais fatos que marcaram a trajetória do Movimento nesses 25 anos, como a realização de quatro grandes congressos nacionais em 1985, 1990, 1995 e 2000, e a oficialização dos artigos 184 e 186 da Constituição de 1988, que fazem referência à função social da terra e determinam a desapropriação para fins de reforma agrária quando esta função for violada.
Lula Morais considerou a eleição de Fernando Collor de Mello à Presidência em 1989 um retrocesso na luta pela terra e afirmou que a Reforma Agrária anunciada no Governo Sarney não saiu do papel, pois apenas 90 mil famílias foram assentadas, número correspondente a 6% do prometido. “Collor era declaradamente contra a Reforma. Foram tempos de repressão, assassinatos e prisões arbitrárias”, recordou.
No tocante aos oito anos de administração FHC, o líder do PCdoB pontuou que o Brasil sofreu com o neoliberalismo do PSDB e isso, segundo ele, gerou graves danos ao setor rural e fez crescer a pobreza e o êxodo para os grandes centros urbanos.
Já a eleição de Lula representou, conforme o comunista, muita expectativa para a população “porque foi uma derrota da classe dominante”. Porém, ele admitiu que a vitória do petista não foi suficiente para gerar mudanças significativas na estrutura fundiária, no modelo agrícola e no modelo econômico. “O MST defende um modelo que priorize a produção, os alimentos e um projeto popular de desenvolvimento”, citou, informando que o Movimento está em 24 estados, tem 130 mil famílias acampadas e 370 mil famílias assentadas.
Em aparte, o líder do DEM, deputado Edson Silva, se referiu a Leonel Brizola (PDT), que cunhou a expressão “democratização da terra” como grande instrumento de alavancar o País. “Mas também quero aqui registrar meu voto de pesar pelo falecimento do deputado Adão Preto, que lutou muito pela reforma e emprestou sua vida a isso”, concluiu.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social da AL