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Aécio defende prévias e amplifica racha no PSDB

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), criticou nesta sexta-feira (6) as mobilizações da cúpula do partido para cancelar as prévias da legenda que vão definir o candidato tucano para a presidência da República em 2010. Sem mencionar os líder

“Essa unidade vem das bases, da manifestação das bases, ela é muito mais sólida do que uma unidade eventualmente forjada por meio dúzia de lideranças. As prévias são a grande oportunidade para o PSDB renascer do ponto de vista das suas bases”, afirmou.



Aécio alertou os tucanos para que não considerem como ganhas as eleições de 2010 porque os candidatos da legenda aparecem em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais. “Nós não podemos deitar em berço esplêndido e achar, porque os nossos candidatos aparecem na frente nas pesquisas eleitorais, que nós vencemos as eleições. Isso é uma preocupação que eu tenho.”


A última pesquisa CNT/Sensus mostra Aécio e o governador de São Paulo, José Serra, como os tucanos mais bem cotados para a disputa de 2010. Porém, tanto Aécio quanto Serra viram diminuir suas intenções de voto. Os votos, segundo a pesquisa Sensus, estariam migrando para candidatos alinhados ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.



Mesmo sem assumir a sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, o tucano disse que vai estar “à disposição” do partido para discutir as bandeiras que devem ser apresentadas pelos candidatos à sucessão de Lula.



“Mais que o PSDB definir o seu candidato, o PSDB precisa definir o que pensa para o Brasil nos próximos anos, o que de diferente traz, e essa contribuição eu darei até porque é meu dever dá-la. Em relação à candidatura, isso é coisa para o final do ano, início do ano que vem”, afirmou.



O governador disse que espera a regulamentação das prévias até março, data fixada pela cúpula tucana para definir as regras que vão balizar a disputa interna no partido.



“Regulamentá-las é definir qual colégio eleitoral que participa das prévias, filiados desde quando, quando ocorrerão, quando serão os debates, se pode usar fundo partidário. Temos que estar atentos para não infringir a legislação eleitoral”, disse.



Racha ampliado



As declarações de Aécio amplificam ainda mais o racha interno do PSDB. Neste semana, os tucanos já se digladiaram na Câmara dos Deputados pois um grupo de parlamentares do partido não concordou com a recondução do deputado José Aníbal (SP) à liderança da bancada.



A reeleição foi classificada de ilegítima por 19 dos 57 parlamentares da sigla e o saldo foi a criação de uma ala dissidente, denominada Movimento Unidade, Democracia e Ética.



O governador de Minas não comentou o imbróglio que envolve a bancada federal de seu partido, mas nos bastidores a versão é de que a eleição de Aníbal é mais um round no embate de forças entre os dois pré-candidatos do PSDB às eleições presidenciais de 2010, o próprio Aécio e o governador  José Serra. Depois de ter perdido um importante aliado no ninho do tucanato paulista, com a indicação de Geraldo Alckmin para compor a equipe de Serra, Aécio deu o troco e conseguiu reconduzir à liderança do partido na Câmara um correligionário afinado com a sua candidatura.



Da redação,
com agências