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Ato protesta contra a Folha: “ditabranda” nunca mais

O ato deste sábado em repúdio à “ditabranda” da Folha de S.Paulo promete ser um sucesso. Proposto pelo Movimento dos Sem Mídia, ganhou forte adesão o protesto contra o editorial que tenta maquiar com benevolência a ditadura de 1964-1985. Ele o

Entre as presenças confirmadas estão a da cientista política Maria Victória Benevides, professora da USP que a redação do jornal acusa de “indignação obviamente cínica e mentirosa”, e Beatriz Kushnir, autora do livro Cães de Guarda – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989. Estará presente também o ex-preso político Ivan Seixas, que teve sua carta à Folha censurada, por relatar que seu pai assassinado na tortura teve sua morte noticiada antecipadamente pela Folha.



Jornal volta a publicar cartas



Depois de passar dias sem tocar no tema nem publicar cartas sobre ele, a Folha de S.Paulo abrandou o veto. Na edição desta sexta-feira (6), publica trechos de cartas de quatro leitores: um que a defende e três que a denunciam por usar o termo “ditabranda”.



O editorial é de 17 de fevereiro e tem como tema central a inconformidade da Folha com a vitória do presidente bolivariano Hugo Chávez no referendo venezuelano do dia 15. Mas entrou para a história da imprensa filoditatorial ao criar a categoria das “ditabranda” – “caso do Brasil entre 1964 e 1985”, que conforme o texto “partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça”.



Redação atacou professores



Nos dias e semanas que se seguiram, até agora, choveram cartas de leitores à redação do jornal e ao seu timorato onbudsman, indignadas com a tentativa de embelezar a ditadura militar. Duas delas receberam uma resposta que azedou ainda mais a controvérsia:




“Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua ‘indignação’ é obviamente cínica e mentirosa”, foi a resposta “da redação”.



O ato deste sábado será também em desagravo aos dois missivistas. E chamará atenção para o papel sujo da parte da imprensa, onde o Grupo Folha se salientou, que defendeu, acobertou e procurou justificar a ditadura em sua fase mais terrorista e sanguinária.



Da redação, com Folha de S.Paulo